terça-feira, 28 de junho de 2011

O gosto pelos livros

Já falei por aqui várias vezes sobre a importância de desenvolvermos hábitos de leitura com os nossos pequenos. Para quem não leu ou quer reler está aqui.

Ler além de desenvolver o vocabulário, a imaginação, servir de actividade mais calma nos momentos do dia que assim tem que ser; ajuda a desenvolver laços entre pais e filhos. Explorar um livro com o nosso pequeno antes de dormir ou uma dezena deles em dias chuvosos agarradinhos um ao outro é muito bom.
Por aqui o gosto pela leitura é colectivo, desde bem pequenino o Leo está habituado a ver a mamã ou o papá com um livro... desde muito pequeno que o Leo vê livros e ouve historinhas sempre que lhe apetece.

Mas que tipos de livros são os mais adequados para uma criança de quase 2 anos?
Os livros do momento cá em casa são:
Histórias que ajudam a crescer das edições ASA - muito boas mesmo, com algumas actividade ao longo das histórias.

Algumas actividade ainda não são para crianças de 2 anos - o livro destina-se a crianças dos 4 aos 6 anos, embora eu ache as ilustrações e mesmo algumas actividades super adequadas para crianças mais pequenas e a linguagem usada também é muito simples. E as outras actividades podem ficar para mais tarde :)

Este é um livro alemão pelo qual eu tenho uma paixão especial, desde pequena que adoro livros com muitas ilustrações. É um livro estilo "Onde está o Holly?", recomendado para crianças de 2 anos.

Cada vez que se abre este livro nasce uma história nova, com um sem fim de imagens podemos  desenvolver imenso a imaginação. E a procura dos objectos e animais são uma diversão :)




Nesta fase o Leo já consegue ouvir uma história lida pela mamã ou pelo papá sem se aborrecer, os primeiros livros que referi são óptimos pois têm uma linguagem muito simples. Mas o que ele gosta mesmo é de explorar as imagem dos seus dicionários ilustrados ou do livro de procurar o que está escondido.

E por aí que livros é que os vossos pequenos "lêem"? ;)

(Desculpem-me a escassez de post nos últimos tempos... E para os leitores amigos mais zelosos fica o agradecimento pelos emails a perguntar por mim. Eu estou aqui, não se preocupem :), estou bem, só ando é com menos tempo, mas logo logo estou de volta)

domingo, 19 de junho de 2011

Fim de semana chuvoso e criança ocupada

E em continuidade da saga "As formas de distribuir carinho"  com participação das "Receitas saudáveis para crianças" (e não só) apresento hoje:

O que fazer num fim de semana chuvoso enquanto o nosso filho alimenta o seu vício? :)

Chuva com criança pequena é muitas vezes sinónimo de stress em casa, sinónimo de tenho que puxar pela imaginação para conseguir ocupar o pequeno em dois dias de chuva torrencial... mas o Leo tem um vício que o mantém ocupado, por incrível que pareça, por mais de 1 hora, ele adora brincar com Legos e diverte-se muito a montar e desmontar, a fazer as suas construções, umas vezes é uma torre, outras uma casa, outras uma girafa ou um foguetão enfim imaginação não lhe falta... :)
E veio mesmo a calhar este fim de semana... e a mamã aproveitou para lhe fazer mais um miminho:

Um Kit de desenho óptimo para a nossa próxima viagem de avião, idas a restaurantes, esperas em consultórios... (ok confesso que o carinho é também para a mamã, que assim não precisa tanta paciência) mas como o Leo adora desenhar acaba por ser um 2 em 1.

Com as canetas de tinta lavável para evitar acidentes mais graves e ainda um espacinho para guardar uns livrinhos :)
Super fácil de fazer, em 2 horas estava pronto (incluindo o tempo de escolha do tecido). O passo-a-passo podem encontrá-lo aqui.

A com isto ainda restou tempo para terminar o domingo em grande com um bolinho delicioso e saudável. Com garantia de satisfação :) o Leo adorou.



- Bolo de Batata doce  -

Ingredientes:  
               1 batata doce grande;
               4 ovos biológicos;
               3 colheres de sopa de manteiga biológica;
               4 colheres de sopa de açúcar mascavado;
               1 iogurte natural (usei iogurte natural caseiro);
               80g de coco ralado;
               80g de farinha integral;
               fermento;
               Canela para polvilhar (opcional)             
               

Procedimento:
Cozer a batata doce com casca até ficar macia, tirar a casca e amassar formando puré. Ligar o forno a 180º. 
Bater os ovos e juntar a batata, acrescentar a manteiga derretida mexendo sempre e adicionar os restantes ingredientes. Misturar tudo delicadamente, deitar numa forma untada e levar ao forno até dourar (aproximadamente 45 minutos).
Retirar do forno e polvilhar com canela (opcional).

BOM APETITE!!


Confesso que nunca tinha cozinhado batata doce mas fiquei fan, este bolo é uma delicia, recomendo. Para a próxima vou experimentar sem coco usando o dobro da farinha integral, para aqueles que não apreciam coco :)

 Uma óptima semana

terça-feira, 14 de junho de 2011

Falar de Sexo & Co

Ao longo do desenvolvimento dos nossos pequenos (e como eles crescem!!) surgem as tão pouco esperadas perguntas sobre sexualidade ou quando não surgem deparamo-nos com as nossas crianças a transformarem-se em pequenos adultos e temos que lhe falar sobre o assunto. E é nestes momentos que todo se complica, como e quando falar é a duvida de muitos pais de pré-adolescentes.
Quando será a melhor altura para lhe falar no assunto? Ou devemos simplesmente deixar que as duvidas e perguntas surjam??
Quando se trata de educação sexual existem sempre bastantes receios e duvidas em procurar a forma e momento certo.
Por um lado não queremos deixar passar o momento certo, por outro não queremos antecipar, é difícil para um pai entender que o nosso pequeno já não é assim tão pequeno, e que estamos perante uma geração de crianças que cada vez mais rápido e mais cedo precocemente se tornam em adolescentes. (e quanto há a dizer desta redução da infância e apesar disso do prolongamento da adolescência - com 20 anos ainda querem ser adolescentes - mais um assunto que dará muito que falar, talvez num próximo post)
Esclarecer o que é Sexo & Co não tem só o problema de como o falar, mas sim e mais importante, na minha opinião, de como o devemos transmitir e aí é que está a dificuldade.
Mas tudo se torna mais fácil se desde cedo a educação que damos aos nossos filhos se baseia na sinceridade, na relação aberta e naturalidade. Como isto não será certamente necessário ir com a criança para uma praia de nudismo... existe muito mais atrás disso...

O que nos oferece uma educação aberta e natural?
O que eu quero, realmente, dizer com isto? Simplesmente que devemos deixar "as coisas naturais serem naturais". É a nudez no seio da família um segredo, uma "vergonha", algo para esconder, então as crianças ficam irritadas e inseguras, pois não sabem porque é assim, porque assim acontece. E ficam com a impressão de que algo está errado com o seu corpo, que não é normal, desenvolvendo por vezes fantasias arrojadas. E a partir daqui nascem sentimentos de timidez e insegurança, tendo medo de ser ridicularizada pelos outros.
O importante é existir um equilíbrio entre as regras em sociedade e a educação sexual "livre" (que cada um se safe - se auto-eduque) ambas acabam por não ser adequadas sendo simplesmente os extremos de uma educação aberta.
Numa educação aberta e natural fazem parte as perguntas das crianças que devem ser respondidas e respeitadas. As respostas e o esclarecimento de duvidas deve ser feito de forma adequada à idade da criança. No entanto, as crianças sabem mais do que nos julgamos e são muitas vezes subestimadas. O teu filho começou a fazer perguntas sobre Sex & Co muito cedo, mantém-te calma e não faças uso da historinha da cegonha ou das couves.... tenta primeiro descobrir o que o teu filho já sabe sobre o que pergunta e esclarece-o usando o seu nível de compreensão mas sem mentir. Não faz sentido fazer segredos sobre o assunto.
O importante é aceitarmos que estas perguntas vindas dos pequenos são normais e naturais e a nossa resposta tem que ser também natural. E só assim o nosso filho crescerá sexualmente de forma saudável, sem segredos e receios.

Mas quando é o momento certo?
Muitas crianças mostram-se curiosas desde cedo sobre o assunto e enchem os pais de perguntas, outras não perguntam... mas quando uma criança entra na pré-adolescência o seu corpo começa a mudar, tornam-se pequenos adultos e agora??? Temos que falar sobre o assunto??? Será o momento certo? ou esperamos que eles perguntem?
Certamente cada criança é única e cada família tem a sua forma de lidar com a situação. Não existem regras de quando será o momento certo. Na minha opinião devemos sim falar sobre o assunto mesmo que não seja solicitado, e neste caso deverá ser um pouco antes que tal tema surja na sala de aula. Mas mais que ninguém somos nós pais quem melhor conhece os nossos filhos e certamente se estivermos atentos nos daremos conta que a sua curiosidade sobre o assunto aumentou em determinado momento, e esse é o momento em que devemos nos mostrar abertos a uma conversa. 
Existem imensos livros sobre o assunto que nos podem dar umas ideias de como o deveremos abordar e também existem óptimos livros que ajudam o nosso filho a entender melhor o assunto.  Um bom livro pode ajudar. No entanto, os esclarecimentos devem surgir de nós, o livro será um complemento. 
Outro receio de muitos pais é saberem que a criança já sabe muito sobre sexo através de outras fontes... mas digam-me uma coisa: Saber sobre algo não é muito diferente de entender sobre algo???
Não desvalorizes este momento, seja ele hoje, amanhã ou quando o teu filho se mostrar interessado... o teu papel de mediador de uma educação sexual saudável e natural é muito importante.

Mas como devemos falar sobre Sexo & Co?
Usa as perguntas e situações que nascem da parte do teu filho. Mantém a calma e orienta-te fazendo uso das suas perguntas. É importante termos consciência que para uma conversa clara e produtiva precisamos de tempo e de dar tempo à criança. Stress e ansiedade só virão prejudicar a nossa missão. Fala claramente e não a sussurrar, não é segredo nem vergonha. Transparência, honestidade e frontalidade são as ferramentas, juntamente com a condução de uma conversa normal sem tornar o momento especial.

E o que falar? 
Antes de te prenderes na colecção de processos biológicos inerentes ao assunto deverás, ter consciência como pai, que existe na sexualidade todo um processo psicológico bem mais importante que deverá ser esclarecido. Ou seja, todos os sentimentos inerentes à sexualidade. E refiro-me aqui ao Amor, Confiança, Responsabilidade e Dedicação. 
O que tem de bom em ter uma relação sexual? Esta perspectiva é deixada de parte nas escolas que abordam a parte biológica e é aqui que o nosso papel é importante. Conta as tuas próprias experiência com o amor e a sexualidade que ilustram o valor dos sentimentos.
Se tivermos conscientes de quais foram as nossas duvidas, receios e ansiedades ficará mais fácil chegar aos nossos filhos. E diz lá, não foram o esclarecimento dos sentimentos que mais te faltaram? Que existe o pénis e os testículos sabe o nosso filho, a sua função aprenderá se nos perguntar ou na escola, mas e os sentimentos?
Na minha opinião, se levarmos a nossa conversa para um campo mais sentimental e não tão morfológico, se fizermos uso da nossa própria experiência chegaremos mais longe. O nosso filho aprenderá a ouvir o seu próprio coração, podendo construir um caminho saudável para um dia transformar a sua primeira vez em algo bonito e feliz.
Se existir alguma pergunta do teu filho que não sabes responder não te sintas diminuída por isso, procura a resposta juntamente com o teu filho, na Internet ou num livro. Não deixes lacunas por falar só porque não te sentes à vontade sobre o assunto, dá ao teu filho uma visão ampla da sexualidade, dá-lhe as bases e os esclarecimentos para que ele não se sinta perdido mas sim confiante e que ainda,  se sinta capaz de vir ter contigo quando tiver mais duvidas. Neste ponto a contracepção é também um tema a abordar. Fala-lhe de como era a vida sem contracepção, no tempo dos Reis, por exemplo, como eram as famílias numerosas do povo, uma visão histórica poderá ajudar o nosso filho a ter noção que existe uma escolha que ele próprio toma de como quer levar a sua vida, seja a situação relacionada com amor ou com sexualidade. Ele tem que ter noção que pode começar uma família quando quiser mas que deve sempre dizer "não" quando algo não está em sintonia com os seus sentimentos. 
A educação sexual é educar o nosso filho para uma vida íntima com respeito. 
A nossa missão é esclarecer com Tranquilidade, Naturalidade, Serenidade, Coerência e acima de tudo transmitir Segurança.

E vocês o que acham disto tudo? Já alguma de vocês chegou a este momento com os vossos filhotes? Como foi? Como acham que deve ser?

sábado, 4 de junho de 2011

Onde está o sentimento de protecção da cria?

Como animais que somos existe uma serie de atitudes intrínsecas à nossa natureza certo? Temos medo, que nos protege de acidentes, temos raiva, natural do egoísmo da espécie, protegemos as nossas crias, para garantir a continuidade dos nossos genes e da espécie. Ahhhh!!!! protegemos as nossas crias???!! Será??? Acho que esta habilidade natural se está a perder ao longo dos tempos...
Fico triste, zangada e indignada quando leio noticias como esta que foi publicada no Jornal Público: Refrigerantes estão a substituir o consumo de água entre crianças dos seis aos nove anos

Então hoje estou muito triste e indignada com estes país, que não fazem o que é a sua missão. E como diz alguém que comentou a noticia estamos perante uma "crise educativa de pais para filhos, uma crise dos valores que não se passam, uma crise de todos os direitos, nenhumas obrigações e zero de sacrifícios". Será que hoje em dia se tem filhos, porque todos têm? Porque o vizinho comprou casa, carro, tem um filho eu faço igual??? E depois basta colocá-lo na escola e deixar o tempo passar... não esquecendo no dia de Natal de tirar a foto de família!!!???
Porque é que os adultos deixaram de se dedicar aos filhos? Porque é que têm filhos?
Não me digam que é falta de tempo... não consigo acreditar nisso... é sim falta de organização ou melhor falta de prioridade.
Se a prioridade dos pais é chegar do trabalho fazer um jantar rápido e cheio de molhos e gorduras e estarem todos sentados na hora da novela das 20h, como querem alimentar de forma saudável as crianças e eles mesmos, como querem criar laços de confiança com os filhos?

Depois queixam-se de que existe tanta gente a ficar doente, tanta criança com peso a mais, com diabete, com distúrbios de sono, insucesso escolar, hiperactividade, falta de auto-estima, falta de rumo na vida, com altos índices de alergia... pois não fiz trabalho cientifico nenhum mas levo-me a crer que esta incidência de doenças ditas modernas tem muito a ver com a alimentação que fazemos.
Fico preocupada e de mãos atadas (pois entre pais e filhos é dificil meter a colher) quando vejo uma criança beber refrigerantes e a comer gomas e pastilhas, chips de pacote na mão.....  Pobre criança... está-se a destruir aos poucos e nem sabe. Diriam muitos: "Mas é criança as guloseimas fazem parte." Sim, concordo.

imagem daqui
Mas há guloseimas e guloseimas. Uma taça de fruta pode ser uma guloseima fantástica, colorida e divertida se nós fizermos por isso. Mas é mais fácil abrir um pacote de rebuçados do que partir em pedaços uma serie de frutas, não é? Uns bolinhos caseiros sem açúcar refinado mas adoçados com alternativas são uma delicia, acreditem. As batatas fritas podem ser substituídas por "batatas fritas" feitas no forno, ficam uma delícia acreditem, parecem mesmo com as fritas mas são bem mais saudáveis - a receita aqui.
Será que a criança é mais feliz se comer gomas, pastilhas e beber refrigerantes???? Duvido???
E se for uma criança feliz, não será pelas guloseimas que come mas porque tem uma vida equilibrada mas será que será um adulto feliz???? Diabetes, hipertensão, problemas no sistema digestivo não fazem parte dos desejos e sonhos que tenho para o meu filho.
Não vou proibir o meu filho de comer guloseimas mas vou controlar, e para isso não preciso ser a mãe má que não deixa o pequeno comer açúcar, basta  oferecer-lhe outros tipos de doce: muita fruta, bolinhos saudáveis... que ele não sentirá falta de tanto açúcar, corantes, conservantes, emulsionantes e toda essa coleção de Es que só os nomes metem medo. E o mais incrível é que vejo pessoas que se preocupam mais com uma minhoca numa maçã do que com um lote de Es num pacote de chips...
Um dia vi uma mãe recusar que a filha terminasse um pedaço de maçã, que por acaso tinha sido o meu Leo a oferecer-lhe, porque esta caiu no chão. Sim, tinha uns pedacinhos de pedrinhas que eu me prontifiquei a lavar com água que tinha comigo, mas a mãe disse que estava suja e deitou no lixo. Era o último pedaço de maça e a pobre criança chorou porque não pode continuar a comer... E sabem o que aconteceu uns 20 minutos depois??? A criança tinha um pacote de chips na mão e comeu desenfreadamente mais de meio pacote...
Já alguma vez leram a constituição destas guloseimas? Além de nutritivamente serem zero... têm montes de "Es" e gorduras... fico triste.
Por mim colocaria essas guloseimas industrializadas todas no mesmo saco, juntamente com os fast-food, os cigarros, o álcool e as drogas. - radical eu??? Talvez sim. Um bom chocolate não faz mal a ninguém... tal como um bom copo de vinho, mas tal só é verdade em quantidades reduzidas e aliados a uma alimentação saudável.
Mas o que posso eu fazer?? Além de manter o meu gene ativo de proteção da minha cria e escrever aqui umas palavras que talvez cheguem a algum lado... não sei...
O meu instinto maternal diz que devia intrometer-me, fazer guerra e proteger todas as crianças.
O meu instinto racional diz-me para tratar da minha casa e esperar que a minha postura alimentar contagie quem por aqui passa.

De momento fico-me por aqui com as minhas indignações e frustrações por falta de um mundo melhor... e espero que os pais se tornem cada vez mais conscientes de que estão a criar não só uma criança bonitinha e engraçada estão a criar um adulto que vai permitir a continuidades dos seus genes.
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