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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Educar a autoconfiança e a autoestima

A autoestima e a autoconfiança são as ferramentas mínimas para o ser humano ser capaz de levar a vida de forma saudável e feliz, enfrentando todas as dificuldades, resistências e frustrações.
Autoestima é auto-amor, é aceitar quem somos, é gostar de nós mesmos... é compreender-me, acolher-me e aceitar-me do jeito que eu sou e da maneira que eu estiver em cada momento e situação da minha vida.
Autoconfiança é confiança em mim, força de vontade, é crer que eu sou capaz, que eu posso, que eu consigo, que eu tenho capacidade e disposição para ir em frente, para aprender o que eu não sei, para reconhecer e aproveitar as oportunidades, para ultrapassar os obstáculos que surgem, para superar meus bloqueios e para vencer minhas limitações.
É por isto que defendo que viver sem estes dois não é ser feliz, não é estar bem. E se não estamos bem, nós ou as nossas crianças, temos que fazer alguma coisa e não cruzar os braços...
Primeiro o que temos a fazer se achamos que os nossos filhos não se sentem confiantes é olhar no espelho, sim no espelho.
Quantas vezes eu já disse por aqui que é com exemplo que se educa???!!! 
Sinto-me confiante??? Gosto de mim??? Se sim, certamente estarei a conduzir os meus filhos no bom caminho, e eles ganharão estes sentimentos com um pouco de atenção e incentivo da nossa parte, se não... tenho que tomar uma atitude. Pois se nós mesmos não nos sentimos confiantes como poderão se sentir os nossos filhos.
Se as raízes não têm confiança e autoestima como poderão os frutos se alimentar!!!!

Nós sentimos o que pensamos. A nossa autoestima é o resultado dos nossos pensamentos e atitudes. E se a nossa autoestima for alta teremos certamente mais confiança nas nossas habilidades. Em geral: quanto mais positiva a nossa autoestima e autoconfiança for, mais bem-sucedidos podemos ser e podemos lidar melhor com as pessoas, os problemas e a vida... E a base para nossa auto-estima é certamente definida na infância.
Como pais e professores, temos uma grande influência sobre a auto-estima de nossas crianças. A base para a auto-estima, dizem os especialistas, é formada nos primeiros 6 anos de vida. A experiência que fazemos nestes primeiros anos dão forma à nossa autoestima-essencial. Mais tarde os colegas também terão um grande impacto, mas com uma base solida não é com eles que grandes alterações ocorrerão.

Como podemos então ajudar na formação de autoconfiança nos nossos filhos? (aqui ficam algumas dicas que acho essenciais)
  1. Quanto mais positiva for a autoconfiança e autoestima dos pais maior será a das crianças, então sê um bom modelo, trabalha e reforça a tua autoconfiança e autoestima;
  2. O elogio e reconhecimento é a forma mais fácil e rápida de aumentar a autoestima de uma pessoa, elogia pelo menos uma vezes por dia o teu filho (o comportamento, por exemplo, e se o teu filho dificilmente se comporta de forma excelente, elogia o melhor que ele conseguiu e ele aumentará o seu nível a cada dia, não precisa ser o perfeito mas sim o melhor), elogia também as tentativas de fazer algo, se o teu filho tentou já foi positivo; 
  3. Pega no teu filho ao colo pelo menos uma vez por dia para lhe dizeres o quanto gostas dele, o quanto estás feliz por ele existir; 
  4. Evita criticar e caso o faças critica a ação não a pessoa, por exemplo, diz-lhe que o amas mas que o seu comportamento te chateia muito;
  5. Mostra ao teu filho que ele pode controlar os seus próprios sentimentos, se ele se sente triste podes-lhe pedir que feche os olhos e pense em algo bonito que já lhe aconteceu, ou que pense numa situação em que já teve orgulho em si mesmo por ter conseguido algo, ajuda-o a relembrar estes momentos que o fizeram sentir-se confiante. Explica-lhe que não são os sentimentos que o comandam mas sim os seus pensamentos e ideias;  

A autoestima e autoconfiança positivas são as principais razões para uma criança atingir um estado mental estável, que lhe permita confiar em ser capaz de lidar com a vida e lidar com a rejeição dos outros. Valorizar a si mesmo e as suas ações. Sentir que tem um lugar no mundo...


E tudo isto com uma "pitada" (uma grande pitada :) ) de carinho e atenção dos pais estará o caminho aberto para um futuro com pernas para andar...

Uma ótima semana para todos

terça-feira, 3 de maio de 2011

Educar do medo à autoconfiança

Quando a criança pequena demonstra medos que aos nossos olhos parecem demasiado estranhos ficamos naturalmente inseguros. Medo de um brinquedo novo, medo de um ruído... durante muito tempo o Leo tinha um medo enorme do aspirador nem precisava estar ligado se ele o visse chorava e gritava com um verdadeiro e sentido sentimento. A minha estratégia foi deixar que ele mesmo lidasse com seu medo, expliquei-lhe o que era aquilo, para que era usado. E pouco a pouco o Leo foi-se sentindo mais confiante até ao dia que o encontrei a tocar no aspirador explorando-o, não disse nada, deixei-o ali com os seus pensamentos e desde esse dia o Leo não tem mais medo, ele não gosta mas não tem medo.
O medo faz parte da vida, não é verdade? Devemos saber lidar com ele...

Uma vez numa conversa com uns amigos sobre as diferentes formas de medo houve um deles que disse: "Eu não conheço o sentimento de medo." E eu fiquei perplexa, não sabia se devia felicitá-lo, lamentar ou simplesmente não acreditar no que dizia. Decidi por lamentar. Eu sei dar valor ao meu medo, sei apreciar o seu valor. Quando criança eu tinha medo de ficar sozinha em casa, de participar na sala de aula, mas eu aprendi com estes medos, aprendi a lidar com eles e através desta aprendizagem ganhei autoconfiança. O medo também me ajudou a reagir adequadamente em situações dificeis. O medo faz parte.
Claro que nem todas as pessoas têm os mesmos medos ou sentem medo com a mesma intensidade. O medo faz parte das características psicológicas de cada um, tem o objetivo de nos proteger contra os perigos com que nos deparamos ou longo da vida.

Para os nossos filhos o medo é também uma parte do seu desenvolvimento saudável. Eles estão nos seus primeiros anos de vida e são confrontados diariamente com situações novas que podem aos seus olhos serem ameaçadoras. Dependendo da personalidade, sensibilidade e imaginação da criança o medo pode-se manifestar com intensidades diferentes. Mas também faz parte, são medos diferentes dos nossos naturalmente, mas são medos válidos e como em tudo temos que ter a sensibilidade de os olhar com os olhos de uma criança e não desvalorizá-los à luz da nossa compreensão do mundo.
E mais uma fez muitos medos não passam de uma fase, como é o caso do medo da separação e da perda que vão enfraquecendo e desaparecendo gradualmente. Só no caso de a criança demonstrar medos que cada vez se tornam mais fortes e se solidificam tornando-se limitações no seu dia-a-dia, interferindo na sua saúde deveremos procurar ajuda profissional, mas nestes casos passamos para outro campo mais complicado que são as fobias.

No entanto, banalizar o medo que a criança sente não é boa estratégia. Devemos num primeiro passo falar abertamente com o nosso filho sobre os seus medos. A criança vai acalmar-se, vai sentir que é levada a sério. Devemos falar sobre medo e incentivar o nosso filho a descrever o que sente, a descrever os seus sentimentos de medo e ansiedade. Nunca confrontá-lo com o medo mas sim deixá-lo à vontade para ele próprio quando se sentir preparado o enfrentar.

Existem rituais com vertentes positivas, que podem ajudar as crianças em idade escolar, crianças que enfrentam medos e que mesmo entendendo-os não se sentem capazes de os ultrapassar sozinhas. Pequenos rituais como bater as palmas quando sentem esse medo, fechar as mãos com força e contar até dez... por vezes pode ajudar se fizerem um desenho descrevendo o que sentem, uma encenação do medo ou exercícios de relaxamento como por exemplo ioga.

Em caso algum devemos inferiorizar a criança por sentir medo, não devemos dessuadi-la, frase do tipo "Tu não precisas ter medo" não trazem resultados positivos. A segurança e aprendizagem na primeira infância são os pilar para o desenvolvimento saudável. Todos os relacionamentos posteriores serão baseados nelas.
Se nós pais permitirmos que os nossos filhos enfrentem os  seus próprios medos, sem super proteger estaremos a oferecer-lhes segurança, autoconfiança. E uma criança com autoconfiança ultrapassará posteriormente as situações stressantes e ameaçadoras da vida com mais facilidade.
E acredito que se deixarmos os nossos filhos explorar sem super-proteger sem lhe mostrar o nosso próprio medo ou a nossa própria ansiedade com o seu desenvolvimento, estaremos a construir as melhores cartas, as melhores ferramentas para que um dia o nosso filho possa dizer: "Os meus pais foram para mim um porto seguro onde eu sempre me pude ancorar".
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