Mostrar mensagens com a etiqueta referência a livro. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta referência a livro. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O princípio da Educação Montessori - 4,962,571

{Antes de mais quero do fundo do coração agradecer a todos os comentários no ultimo post, senti-me mesmo abraçada... muito obrigada foram muito queridas. Temos realmente os nossos limites, e mesmo sabendo que sou humana que estou longe de ser perfeita fico feita em nada quando falto ao respeito ao meu filho, e não ser tolerante, não ter paciência com uma criança de pouco mais de 2 anos deixou-me muito triste e desapontada. Mas como vocês me ajudaram a ver, as coisas por vezes são difíceis e temos sim de deixar espaço para a nossa individualidade senão acontecem estas faltas de paciência. 
Esta semana está o correr muito melhor, os vossos abraços ajudaram muito :) } 


Hoje trago aqui um video sobre um livro infantil inspirado no principio da Educação Montessori... é maravilhoso (infelizmente não existe versão em português)
O livro tem o titulo 4,962,571 e retrata a história de uma criança que é cativada pela ideia de contar até um número muito grande. Ela estabelece a sua meta e de forma auto-didáctica, com muita disciplina, criatividade e prazer em aprender mostra-nos como aprender pode ser tão maravilhoso.
E é assim desta forma maravilhosa que a educação Montessori faz das nossas crianças pessoas capazes de fazerem o seu futuro e não esperarem que alguém o faça por elas.
E tudo isso com gosto na aprendizagem que a vida nos oferece.


Existem mais livros da mesma colecção que podem ser encontrados aqui: http://junebooks.com/

Um ótimo dia

domingo, 19 de dezembro de 2010

Prendas de Natal para os mais pequenos


Uma vez o J de 4 anos queria um relógio que dava numa publicidade na TV, o relógio não dava horas era um relógio mágico que quando se carregava nele o boneco da publicidade se transformava em dragão e era um super herói (fazia parte de um desenho-animado que eu agora não sei o nome), o J ficava faxinado com aquela publicidade. E de tanto insistir acabou por ganhar o relógio no dia de aniversário. E o que aconteceu?? Ficou super triste e desiludido.... o relógio não funcionava... por mais que carregasse nos botões ele não se transformava em dragão... A mãe explicou-lhe então que teria que brincar de faz-de-conta que o relógio funcionava sim, funcionava direitinho na sua imaginação. E J passou a adorar o relógio e brinca muito com ele.
Esta é a história de J que eu presenciei e achei lindo ver a imaginação e criatividade do menino se desenvolver. Um brinquedo simples, de plástico colorido, com botões de faz-de-conta, ecrã de faz-de-conta, nem uma bateria tinha para fazer pelo menos "bip bip" ao carregar nos botões. Nada. Não tinha nada. Mas a meu ver um brinquedo cheio de tudo (com vários "bipes bipes", ecrã luminoso e que tinha o puder de transformar J num dragão super-heroí), um brinquedo super valioso, um brinquedo que fez enriquecer certamente aquela cabecinha cheia de sonhos e imaginação. Um brinquedo barato que certamente J não terá medo de brincar muito com ele com medo de estragar. Pois muitas vezes compram-se brinquedos caros, super "tecnológicos" mas que os pequenos não podem brincar sempre, pois podem estragar ou até mesmo porque não sabem brincar com ele sem a presença de um adulto.
Brincar é o "trabalho" das crianças. Brincar desenvolve a criatividade, é a brincar que se aprende como já falei aqui, é a brincar que se aprende os princípios de  interacção social,  a explorar sentimentos, a desenvolver causa e efeito, a estimular  a criatividade e a imaginação como referi já aqui.
Certamente muitos de vocês já fizeram as compras de Natal, mas gostava, no entanto, de partilhar um texto com vocês... um texto que me fez reflectir e pensar duas vezes antes de comprar as prendas das crianças cá da família.

"O brinquedo é o alimento da alma, alimento do sonho, da esperança. A criança que não brinca é como passarinho na gaiola. Perde o canto, perde o voo, perde o sonho. Quando brinca, voa, sonha, constrói e reconstrói mundos. Criança que brinca cria novas melodias e pinta o mundo com sua alegria.
Hoje colocam crianças em gaiolas e as enfeitam de joías, de jogos e brinquedos que brincam sozinhos. Robotizam-lhe a alma, congelam os pensamentos. 
Sim, congelam os pensamentos. A Natureza, o brincar livre oferece fluidez, instiga a criança a pensar, a escolher, não é pré-determinado. Na Natureza tudo é tão novo e tão vivo quanto a natureza da criança. Instiga o pensar, o reflectir, o sentipensar, o criar. No brincar livre a criança encontra sua sintonia e entra na sintonia da vida.
Criança que não puderam brincar, foram como passarinhos engaiolados. Foram obrigados a seguir este ou aquele modelo em nome das boas maneiras, dos bons modos, do não suje a roupa, não faça isso, aquilo; ou foram seduzidas e guiadas pela fantasia que não era sua, era da TV, do jogo electrónico, disto ou daquilo, tornam-se muitas vezes adultos frios, também congelados, mal amados.
Acho muito triste os pais que trabalham dia e noite para comprarem grandes televisões, lindos sofás, enfeitarem as "gaiolas" com lindos e caros brinquedos electrónicos e congelam as crianças para que não estraguem o lindo sofá, a linda cortina, o lindo brinquedo. Ou o brinquedo TV que congela o pensamento da criança...
Crianças não precisam do melhor brinquedo, do meu melhor apartamento ou casa, da melhor e mais enfeitada gaiola. Crianças precisam de sonho, de espaço para criação, de modelos humanos amorosos que lhes transmitam valores de paz, amor, não-violência, cooperação, coragem para não esmorecerem diante dos obstáculos. Modelos, exemplos, referencias que lhes mostrem o valor de sonhar e acreditar que após a tempestade virá a calmaria, que no final do arco-íris ou atrás da montanha pode haver um barril e tesouros - tesouros da alma. Ou mesmo, se não houver, que aprendam a apreciar as flores e a relva do caminho, o sabor de um carinho, a força da gratidão, a luz do coração.
Valores se ensinam vivendo valores e somente pessoas com coerência interna podem transmitir verdadeiros valores porque são igualmente verdadeiras.
Objectos têm preço, seres humanos têm valor e somente damos aquilo que temos.
Dê um minuto de colo, de carinho, de um sim amoroso, de um não igualmente amoroso (porque quem ama pões limites, ensina o caminho recto, transmite o amoroso discernimento), isto não tem preço, tem valor, tem cor, tem sabor, tem amor... Pai, mãe, tio, tia, educadora, quanto valor tem teu amor, tem teu ser? Dinheiro compra enfeites para gaiolas, mas enfeites e alegria para a alma, humanos vivos, com valor e com amor nenhum dinheiro poderá pagar, nenhum jogo, televisão, etc... poderá ensinar."
(Do livro "O Voo da águia: uma autobiografia" de Maria Dolores Alves)

Quando comprar um presente para uma criança pense no valor desse brinquedo. E dar brinquedos sim faz uma criança feliz, abrir um presente dá-lhe felicidade naquele momento. Mas para que esta felicidade se multiplique tem que ser acompanhada de tantos outros sentimentos, não é verdade??
E queremos todos nós ser bons pais, bons adultos para as nossas crianças.... aqui fica o meu desejo para este Natal: não congelem o pensamentos das nossas crianças, vamos dar-lhe assas para sonhar e viver no mundo da fantasia e da imaginação que só a magia da infância permite.

sábado, 16 de outubro de 2010

É brincando que se aprende

Hoje deixo aqui um texto que me fez pensar e que gostaria de partilhar com vocês.  :)

Este texto de Rubem Alves, retirado do livro "O desejo de ensinar e a arte de aprender", leva-nos a viajar por outras ideias, leva-nos a reflectir sobre coisas que muitas vezes esquecemos, pois o turbilhão desta vida nos distrai destes pensamentos. Espero que gostem...

"É brincando que se aprende"
O professor Pardal gostava muito do Huguinho, Zezinho e Luizinho, e queria fazê-los felizes. Inventou, então, brinquedos que os fariam felizes sempre, brinquedos que davam certo sempre: uma pipa que voava sempre, um pião que rodava sempre e um taco de basebol que acertava sempre na bola. Os três patinhos ficaram felicíssimos ao receber os presentes e se puseram logo a brincar com seus brinquedos que funcionavam sempre. Mas a alegria durou pouco. Veio logo o enfado. Porque não existe nada mais sem graça que um brinquedo que dá certo sempre. Brinquedo, para ser brinquedo, tem de ser um desafio. Um brinquedo é um objeto que, olhando para mim, me diz: “Veja se você pode comigo!”. O brinquedo me põe à prova. Testa as minhas habilidades. Qual é a graça de armar um quebra-cabeças de 24 peças? Pode ser desafio para uma criança de 3 anos, mas não para mim. Já um quebra-cabeças de 500 peças é um desafio. Eu quero juntar as suas peças! E, para isso, sou capaz de gastar meus olhos, meu tempo, minha inteligência, meu sono...
Qualquer coisa pode ser um brinquedo. Não é preciso que seja comprado em lojas. Na verdade, muitos dos brinquedos que se vendem em lojas não são brinquedos precisamente por não oferecerem desafio algum. Que desafio existe numa boneca que fala quando se aperta a sua barriga? Que desafio existe num carrinho que anda ao se apertar um botão? Como os brinquedos do professor Pardal, eles logo perdem a graça. Mas um cabo de vassoura vira um brinquedo se ele faz um desafio: “Vamos, equilibre-me em sua testa!”. Quando eu era menino, eu e meus amigos fazíamos competições para saber quem era capaz de equilibrar um cabo de vassoura na testa por mais tempo. O mesmo acontece com uma corda no momento em que ela deixa de ser coisa para se amarrar e passa a ser coisa de se pular. Laranjas podem ser brinquedos? Meu pai era um mestre em descascar laranjas sem arrebentar a casca e sem ferir a laranja. Para o meu pai, a laranja e o canivete eram brinquedos. Eu olhava para ele e tinha inveja. Assim, tratei de aprender. E, ainda hoje, quando vou descascar uma laranja, ela vira brinquedo nas minhas mãos ao me desafiar: “Vamos ver se você é capaz de tirar a minha casca sem me ferir e sem deixar que ela arrebente...”.
Há brinquedos que são desafios ao corpo, à sua força, habilidade, paciência... E há brinquedos que são desafios à inteligência. A inteligência gosta de brincar. Brincando ela salta e fica mais inteligente ainda. Brinquedo é tônico para a inteligência. Mas se ela tem de fazer coisas que não são desafios, ela fica preguiçosa e emburrecida".

Perante um mundo tão materialista como aquele em que vivemos, as publicidades, as cores os sons... somos levados por vezes a comprar brinquedos aos nossos pequenos que acabam por ser diversão de poucos minutos. São bonitos, coloridos mas enfadonhos, não dão desafios...

sábado, 18 de setembro de 2010

Regras e limites para crianças dos 2 aos 3 anos

Cada criança tem o seu próprio ritmo de crescimento, não é por uma criança começar a andar tarde, aos 3 anos usar fralda, não gostar de comer, principalmente comida saudável,  não gostar de partilhar quando brinca com outras crianças e que gostaria de enviar a irmã mais nova de volta para o hospital que não é normal! Cada criança tem o seu tempo para explorar os seus horizontes.
Ela aprende a andar - e a fugir; aprende a falar - e a dizer não; aprende a construir tores - e a deitá-las abaixo; aprende a brincar com outras crianças - e a zangar-se com elas; aprende a comer sozinha- e a atirar com a comida; ela pode abraçar a mãe - ou não quer nada com ela;
Nenhuma criança nesta idade sabe exactamente o que é o bem e o que é o mal, mas uma coisa elas sabem muito bem - analisar em cada situação a atitude dos pais e através desta criar a sua visão do mundo, as suas próprias regras.
Como falei num post anterior, Annette Kast-Zahn no livro "Jedes Kind kann Regeln lernen", propôs um conjunto de regras com as quais os nossos filhos conseguem definir a sua visão do mundo. Todas elas elaboradas do ponto de vista da criança.
Hoje decidi partilhar o que a autora refere acerca das regras para as crianças entre os 2 e ou 3 anos.

  • "Eu mando!"
    • "Quando eu tiro alguma coisa das mãos de outra criança, eu posso ficar com ela";
    • "Quando eu não quero determinada comida, a minha mãe faz outra só para mim";
    • "Quando me atiro ao chão e grito, dão-me imediatamente o que eu quero";
    • "Eu sei quando preciso ir à casa de banho, mas quando eu me recuso a ir, a mamã limpa-me e veste-me uma fralda nova";
 Aprende o seu filho estes pontos em contextos semelhantes? Então ele está a aprender a regra: "Acontece sempre o que eu quero. O que acontece com os outros não importa."
  • "Os meus pais mandam com autoridade e rigidez!"
    • "Quando eu tiro alguma coisa das mãos de outra criança, levo uma palmada no rabo";
    • "Quando eu não quero determinada comida, tenho que a comer à força";
    • "Quando eu me atiro ao chão zangado, berram comigo e batem-me";
    • "Eu tenho que ficar sentado na sanita até que faça alguma coisa";
Aqui ao contrário das situações anteriores o poder dos pais domina. Os pais não tem consideração com a criança, não se importam como o que este sente. Esta postura dos pais torna a criança confusa e reprimida.

Ambos os tipos de regras mencionadas acima têm desvantagens significativas e os pais devem decidir-se por outro caminho, aconselhado pela autora, através do qual a criança aprende a assumir responsabilidades.
  • "Quando eu tiro alguma coisa das mãos de outra criança, a mamã tira-me e devolve a quem eu tirei";
  • "Quando eu não quero determinada comida, tenho que esperar até à próxima refeição";
  • "Quando me atiro ao chão e grito, a minha mãe deixa de me dar atenção";
  • " Eu não uso mais fralda mesmo que por vezes faça xixi nas calças";

A nossa postura perante as atitudes dos nossos filhos são a chave para ao seu desenvolvimento,  a criação dos seus limites e regras. Educar criando limites não é fácil, mas é muito importante como pais, sermos firmes e de confiança para os nossos pequenos, porque só assim criaremos indivíduos preparados para enfrentar a sociedade de uma forma equilibrada. E teremos o retorno, os nossos filhos repeitar-nos-ão se, se sentirem por nós respeitados.

Um bom dia para todos

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Que regras deve e consegue o meu bebé aprender?

Um bebé quando nasce não tem ideia do que é certo ou errado, do que desejado que ele faça ou não. Mas ele está pronto para observar as reacções dos pais ao seu comportamento. Tais observações são a chave do seu desenvolvimento, da compreensão de que existem regras e limites a serem tidos em conta, no entanto os seus meios para atingir os fins ainda não têm fronteiras delimitadas.
Annette Kast-Zahn no livro "Jedes Kind kann Regeln lernen", propôs um conjunto de regras que um bebé no seu 1º ano de vida consegue aprender e com as quais este, em especial a partir dos 6 mês, consegue definir a sua visão do mundo. Todas elas elaboradas do ponto de vista do bebé.
Achei bastante interessante esta abordagem por isso aqui ficam para analisarem e claro darem a vossa opinião.
  • Eu recebo o que quero
    • "Quando eu grito, alguém trata de mim";
    • "Eu só durmo se alguém me embalar no colo";
    • "Quando eu quero recebo alguma coisa para comer, seja de noite ou de dia";
    • "Quando não como a papa ou a sopinha, a mãe dá-me o peito/biberão";
    • "Quando choro no carrinho de bebé, a mais tardar em 5 minutos estou no colo de alguém".
Aprende o seu filho estes pontos em contextos semelhantes? Então ele está a aprender a regra: "Acontece sempre o que eu quero. Os meus pais provavelmente não têm as suas próprias necessidades."
  • O que eu preciso não conta
    • "Eu tenho sempre que beber o leite todo tenha eu fome ou não";
    • "Eu tenho todas as noites de ficar na cama 12 horas, mesmo que eu só consiga dormir 10";
    • "Depois de cada refeição sou imediatamente colocado de lado, ninguém se ocupa comigo";
Em oposição com as regras anteriores aqui o seu filho aprende: "Acontece sempre o que os meus pais querem.  As minhas necessidades são ignoradas".

Ambos os tipos de regras mencionadas acima têm desvantagens significativas. Mas existe um terceiro tipo: As regras recomendadas para o 1º ano de vida do bebé:

  • "A minha mãe decide quando me deve oferecer comida e o que deve oferecer. Eu posso decidir se quero comer muito ou pouco daquilo que ela me oferece";
  • "Quando eu estou satisfeito e com bom humor a minha mãe brincar muito e de forma dedicada comigo";
  • "Quando eu choro recebo tudo o que eu preciso, se ainda continuar a chorar recebo menos atenção dos meus pais";
  • "Os meus pais ocupam-se de forma dedicada comigo várias vezes ao dia. No entanto, quando eles têm alguma coisa importante para fazer eu devo distrair-me sozinho mesmo que não goste disso";
  • Na nossa casa eu posso explorar quase tudo, mas existem coisas que eu de maneira nenhuma devo mexer";
Aprende o seu filho neste tipo de contextos? Então ele pode e consegue aprender ao mesmo tempo:
"Eu recebo dos meus pais tudo o que eu preciso, mas nem sempre tudo o que eu quero. Os meus pais respeitam as minhas necessidades, por vezes eles sabem melhor do que eu o que é bom para mim."

Segundo a autora, e com a qual eu concordo, estas ultimas são regras justas para ambas as partes envolvidas, que incluem as necessidades do bebé, mas podem por vezes também ser dirigidas contra a sua vontade. Regras que criam limites justos sem reprimir a personalidade que se está a criar.
Ela refere também contextos e regras para crianças mais velhas, um livro deveras interessante, pena que ainda não se encontre traduzido. Mas eu irei partilhando o que achei mais interessante e me fez pensar.

Tenham um óptimo dia :)
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...