quarta-feira, 27 de abril de 2011

O meu filho é um Emo!!!

Depois da semana complicada como referi aqui, cá estou eu de volta e desta vez para partilhar as minhas reflexões sobre um tema que embora ainda esteja bem longe da minha realidade como mãe (espero eu... né?) é algo que me faz reunir com os meus neurónios...e pensar... 


Posso afirmar que não existe passeio até ao centro da cidade em que eu não veja um Emo - um daqueles adolescente que por quererem se afirmar, por quererem ser diferentes, por estarem a viver aquela fase complicada da adolescência (ai como a minha foi complicada... eheheh eu batia muito com as portas...) se vestem de forma esquisita diferente. 
O cantor Bill dos Tokio Hotel e outros como ele, expandiram de certa forma o estilo para as massas de adolescente, tornando-se o estilo-emo mais badalado. Mas porque é que estes estilos pegam os adolescentes? 
Esta questão não tem naturalmente uma resposta simples, existem várias razões pelas quais os adolescentes escolhem um estilo particular. Certamente os amigos, o ambiente escolar têm um papel importante nesta escolha.
O que caracteriza o estilo Emo?
O termo Emo era originalmente utilizado para designar o estilo de música “emotional hardcore” dos anos 80 no cenário punk rock. No entanto, nenhuma banda mesmo aquelas que deram origem ao estilo, aceitam o rótulo de emo. Esta palavra é ambígua, pois pode ser utilizada tanto como um rótulo que agrega bandas que emergem do cenário undergroud, quanto para definir uma cultura alternativa
Entre os acessórios tipicos de um Emo incluem-se Jeans apertados, T-shirt justa, ténis Converse ou Vans, Pulseiras largas e geralmente cores escuras que vão do preto ao roxo, vermelho e azul escuro, os cabelos são geralmente pretos e lisos com franjas sobre os olhos e com olhos pintados com lápis preto, seja rapaz ou rapariga é assim que eles andam pela rua.
O estílo Emo e os seus Klischees:
Muitos jovens se identificam com a ideologia emo, outros apenas curtem a forma deles se vestirem. Assim como qualquer outro grupo social, os emos também são alvo de muito preconceito, principalmente pela parte conservadora da sociedade. A sociedade sempre impôs parâmetros a serem seguidos por todos, se alguém foge a regra, é considerada uma pessoa anormal, vista como o “mal” da sociedade. Mas, antes de tudo deve-se ter respeito pelo outro, cada um é livre para escolher ser e fazer o que achar melhor. Lembrando sempre que “Os meus direitos começam onde terminam os teus...”.
Os seguidores deste estílo são geralmente relacionados com a depressão e melancolia. Por vezes encontram-se jovens seguidores deste estilo que se auto-mutilam com vidros ou lâminas de barbear. 

Ajudem-me!!! - O meu filho é um Emo....
Acho que não existe razões para nos preocuparmos, nem todos os adolescentes que se submetem a este estilo andam com laminas e vidros nos bolsos. A maioria atravessa simplesmente uma fase de auto-afirmação ou segue uma moda.
Os klischees inerentes a este estilo são muitas vezes exagerados, acredito que um jovem adolescente que se automutila tem outros problemas bem mais graves do que a roupa que veste e a forma como anda... e com esses sim devemos estar atentos e preocupados.
Mas porque um adolescente se veste assim? Já referi que tal está relacionado com o seu ambiente, os amigos que tem, a escola que frequenta, as suas confusões e devaneios naturais de adolescentes com tanto pela frente e sem saberem para onde se virar... nós mesmos já passamos por isso. E como eu digo sempre: para entender uma birra de criança temos que conseguir nos colocar no lugar dela, também aqui será uma carta na manga se conseguirmos agir com nossos filhos adolescentes tendo consciência do lugar que eles ocupam.

E vamos ser sinceros. O estilo Emo é muito mais arrojado  que o Checker-Poseur-Style com casaco Picaldi e carteira de cintura da Eastpak. Com cabelo em pé, rapado em toda a sua extensão com excepção do topo ou boné de rede sobre a cabeça e não na cabeça... Com calças a caminho das meias e não da cintura que fica lá bem longe, acompanhados do seu telemóvel (sim eles abandonaram os rádios gigantes que provavelmente lhes trariam problemas cervicais no futuro por minúsculos telemóveis que apesar de pequenos fazem muito barulho)  com a musica super alta repetindo para quem quer e não quer ouvir sons como "Oh yeah, motherfucka..." 

E então, mesmo pensando no assunto eu me pergunto todas as vezes: Porquê???

Não me considero preconceituosa ou conservadora, cada um anda na rua como quer e entende mas digo-vos uma coisa: não gosto de imaginar assim o meu Leo, mas se ele passar por estas modas ou outras que virão, o mínimo que posso fazer é confiar nele ter uma relação aberta e não havendo outros problemas mais graves (mutilação, depressão, drogas ou álcool) simplesmente esperar e respeitar até que a fase passe.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A primeira -ite: Laringite Subglótica

Desaparecida daqui por motivos não desejados... o meu tesouro adoeceu, teve a sua primeira -ite.
Começou sem aviso prévio... segunda-feira o Leo foi dormir aparentemente super saudável e na terça de manhã acordou doente. Nessa noite dormiu 12 horas seguidas, o que eu achei bastante estranho (nunca tinha dormido mais de umas 8h seguidas e muito raramente), certamente o seu sistema imunitário estaria bastante ocupado em reagir no seu corpinho que o fez dormir tantas horas. Acordou a chorar e com muita dificuldade em respirar fiquei super assustada.
Ele melhorou um pouco depois de eu o acalmar, fomos ao pediatra, tomou imediatamente um supositório de cortisona e fez vapores... a dificuldade em respirar e o barulho rouco que fazia não melhoravam... diagnóstico: "Não sei o que ele tem, deveria melhorar com o supositório, é melhor ir imediatamente para o hospital" - (Ouvir de um pediatra "Não sei o que ele tem" é assustador) e lá fomos nós. Depois de vários exames e muito choro o Leo foi melhorando a respiração e começou a fazer febre (38,5ºC), ficamos no hospital. No dia seguinte o médico disse que ele estava com Laringite Subglótica também conhecida por Pseudocrupe, um nome tão pomposo e feio que só de ouvir mete medo... mas embora possa ser bastante grave para nós foi só um susto. Ficamos 3 dias no hospital, fechados num quartinho pequeno com mais dois bebés de poucos meses todos com doenças infecciosas, não podíamos sair do quarto para não contagiar as outras crianças do hospital. O Leo estava super saturado de estar no mesmo sitio, não dormiu nada as duas noites, com dois bebés a acordar para mamar de 3 em 3 horas e não nas mesmas 3 horas, o pobre Leo acordou imensas vezes. Cheguei a pensar que seria melhor para ele estar em casa... hospitais por vezes colocam-nos mais doentes do que aquilo que já estamos...
No segundo dia o Leo chegou a ter 40, 3ºC de febre mas na sexta a febre desapareceu assim como apareceu e a dificuldade de respirar passou completamente.
Agora o Leo está super carente, dorme muito e parece sempre rabugento, tadinho... quando chora ou se chateia ainda respira fazendo um ruído mas está muito melhor. Já não está a tomar medicação (a única que tomou foi supositórios para a febre, mas tenho um supositório de emergência que devo usar em caso que lhe falte o ar - colocar o supositório e correr para o hospital).
A Páscoa por aqui foi bem agitada...

Alguma informação sobre a doença:

Laringite subglótica - Pseudocrupe
Esta forma de laringite, que afecta as crianças mais pequenas, especialmente entre os 6 meses e os 3 anos de idade, costuma ser provocada por uma infecção viral. Caracteriza-se por uma inflamação aguda da mucosa laríngea, predominantemente por baixo das cordas vocais, podendo ocasionalmente alastrar para a traqueia e para os brônquios (laringotraqueobronquite).
Tendo em conta que nas crianças pequenas a laringe é um canal muito mais estreito do que nos adultos, uma inflamação das suas paredes provoca grandes dificuldades à passagem do ar até aos pulmões, podendo obstruí-lo por completo. Trata-se de uma situação muito grave, porque pode originar um quadro de asfixia.
Manifestações:  A doença costuma manifestar-se subitamente através de uma intensa dificuldade respiratória nas crianças afectadas por uma infecção das vias respiratórias superiores, sendo normalmente banal. Na maioria dos casos, costuma surgir durante a noite, provocando o despertar da criança, com o aparecimento de uma tosse típica semelhante a um latido, de rouquidão e de uma evidente dificuldade respiratória, que se intensifica durante a inspiração. As inspirações são longas, sendo acompanhadas por um ruído rude e agudo, denominado "estridor laríngeo", com um notório esforço da musculatura respiratória fácil de detectar, sobretudo pelo adejo nasal e pela retracção dos músculos intercostais e supraclaviculares. A doença, que pode ser mais ligeira ou mais grave conforme os casos, persiste entre três a cinco dias, durante os quais parece melhorar durante as manhãs e piorar ao longo das noites. Por vezes, o esforço para respirar esgota a criança, que mostra sinais inequívocos de sofrimento, e a sua respiração torna-se cada vez mais superficial. Caso a inflamação laríngea seja muito intensa, pode impedir a chegada de ar suficiente aos pulmões, o que provoca um défice de oxigenação do sangue, traduzido numa coloração azulada da pele e das mucosas, sobretudo nos lábios e extremidades. Nestes casos, se a situação não for rapidamente solucionada, a criança pode sofrer uma alteração do estado de consciência e entrar em coma, podendo morrer em consequência da asfixia.
Tratamento: Como não se pode prever a evolução da doença, impõe-se uma actuação terapêutica imediata, sempre que a situação necessitar de uma pronta intervenção. É, portanto, necessário levar a criança a um serviço de urgência. Enquanto se aguarda pela ajuda profissional, é fundamental manter um ambiente tranquilo e evitar que a criança chore, pois estará muito assustada e tanto o choro como o nervosismo podem agravar a dificuldade respiratória. Também é conveniente que a criança respire num ambiente húmido (por exemplo, no banho, ao deixar correr a água do duche).
Quando a criança já estiver sob vigilância médica, deve-se recorrer administração de potentes anti-inflamatórios corticosteróides, de modo a diminuir a inflamação laríngea e solucionar a obstrução da passagem de ar para os pulmões. Nos casos ligeiros ou moderados, o tratamento pode efectuar-se na própria casa; contudo, nos casos mais graves, é necessário o internamento hospitalar. Por vezes, a administração de fármacos não é suficiente para assegurar a passagem de ar para os pulmões, o que implica a realização de uma intubação traqueal, ou seja, a introdução através da boca ou do nariz da criança de um tubo plástico flexível que atravessa a laringe até a traqueia. Em alguns casos, a inflamação laríngea é tão grande que é necessário proceder-se a uma traqueostomia, ou seja, a uma incisão na traqueia, através do pescoço, de modo a introduzir directamente uma cânula no seu interior e permitir que o ar aceda aos pulmões. A criança deve permanecer internada, sob constante vigilância, até que a inflamação ceda e se possa retirar o tubo, o que pode levar dois ou três dias.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A brincar também se aprende - uma questão de concentração

Lembro-me, de quando pequena andava de carro com a minha família, brincava com os meus irmãos para a viagem não ser tão aborrecida, brincávamos a jogos de palavras, cores, letras e números e era mesmo muito divertido. Por vezes, ganhava um ponto quem encontrava primeiro um carro com matrícula com 2 números iguais, outras com 2 letras iguais, outras vezes contávamos os carros de determinada cor, cada um tinha uma cor e quem contasse mais ganhava, lembro-me que o meu irmão muitas vezes me dava uma cor tipo rosa ou amarelo com bolinhas azuis e eu ficava triste por não contar carro nenhum :)
Estes jogos além de serem uma boa ferramenta para tornar as viagem mais curtas são óptimos para exercitar o nosso cérebro. E a brincar se vai aprendendo a nos mantermos mais concentrados.

Hoje deixo aqui uma série de jogos divertidos para jogar em família a qualquer momento. Jogos que além de proporcionarem momentos em família agradáveis permitem fazer um pouco de ginástica ao cérebro.

1. Corrigir errando - A mãe ou o pai colocam a  mão no nariz e dizem "Este é o meu cotovelo!" a criança deverá tocar no cotovelo e dizer "Este é o meu nariz!", repete-se o jogo com as diferentes partes do corpo aumentando a velocidade de reacção. A mãe ou o pai devem falar cada vez mais rápido e a criança tentar responder também cada vez mais rápido;

2. Memória e vocabulário -  A mãe ou o pai deverão colocar vários objectos sobre a mesa (aqui vale tudo) a criança observará os objectos durante 1 minutos e vira-se, retira-se um ou dois objectos sem que ela veja e ela vira-se novamente e terá que adivinhar qual o objecto ou objectos que faltam;

3. Viagem de sonho - Pais e crianças deitam-se no sofá ou na cama fecham os olhos e o pai ou a mãe começam a descrever uma viagem de sonho com muito sentimento e fantasia, todos deverão manter os olhos fechados e deixar a imaginação viajar (um óptimo jogo como exercício de relaxamento, bom também para fazer minutos antes de ir dormir);

4.  Habilidade e paciência - Pais e crianças constroem juntos castelos de cartas, jogam mikado ou jenga e estarão a treinar a suas habilidades de movimentos de precisão além da paciência (aquele que se mantiver mais calmo e paciente terá certamente melhores resultados), (aqui com o Leo, como ele ainda é pequeno, fazemos somente torres com bloquinhos de madeira até que fiquem bem altas e caiam, ele adora :) );

5. Sentir e descobrir -  Colocar numa caixa uma mistura de sementes secas (um pouco de ervilha seca, feijão, grão, lentinhas...) e tapar com um pano opaco. Escolher determinada semente (por exemplo ervilhas) e cada um terá que tirar o maior número de ervilhas que conseguir durante um minuto, mas sem olhar identificando somente através do toque (com o Leo cabo por brincar somente com as sementes e digo-lhe os nomes, ele sente, identifica e enriquece o seu vocabulário, mas atenção com crianças muito pequenas pode ser perigoso brincar com sementes estejam sempre a vigiar não vá o pequeno colocá-las no nariz);

6.  Treinar equilíbrio usando a concentração - Colocar uma corda no chão da sala e a criança deverá tentar caminhar sobre ela, de preferência descalça, sem se desequilibrar. Ou cortar quadrados de papel (A5) e espalhar pela sala ou pelo jardim, a criança deverá saltar de papel em papel sem se desequilibrar até à meta.

7. Mind games - Existe um grande número de jogos, tais como, puzzles, quebra-cabeças, procurar diferenças, procurar pares, jogos de cartas e também os chamados "pocket trainer" que desenvolvem a ambição e concentração das crianças e que podem proporcionar uns divertidos momentos em família.

8. Ouvir música, explorar sentimentos- Pais e crianças ouvem juntos um pedaço de uma música instrumental. O pai ou a mãe descrevem o que pensaram e sentiram ao ouvir a musica (por exemplo: viu uma paisagem, nevoeiro, ventos) a criança deverá descrever o que sentiu. depois juntos podem construir uma história com aquilo que imaginaram;

9. Ilusão óptica: Explorar o que cada um vê na imagem pode ser muito divertido e aguçar a imaginação dando muitas gargalhadas, além de desenvolver a concentração e percepção.

10. Contador de histórias: a linguagem é a base de todos os processos de pensamento. Portanto, é importante despertar o poder da fala desde cedo e de forma contínua. Estimulando a imaginação da criança contando uma história é um método divertido. A mãe ou o pai começam por exemplo com a frase: "Um homem com um chapéu passeava num parque..." Depois a criança faz mais uma frase contando um pouco mais da história. No final ficará uma história rica em imaginação e fantasia inventada por toda a família. 

Aqui ficam, desta vez, 10 ideias. E vocês conhecem jogos divertidos que fomentam a união da família e das conexões cerebrais?

terça-feira, 12 de abril de 2011

Como dar fim às birras do seu filho

Um título bem comprometedor, não acham?
Pois, foi o que eu pensei, quando li este artigo, no site mdemulher, fiquei intrigada, só pelo título, sobre o que poderia estar escrito nele. Certamente não ia encontrar umas palavras mágicas, uns pozinhos de perlimpimpim para resolver todos os males de uma criança que faz birra (o Leo ainda não está numa fase difícil, não me posso queixar, mas a chegada de tempos mais dificeis adivinham-se, estão muito de leve a começar a dar o ar da sua graça), mas fiquei curiosa e li. E certamente, para muitas de vocês, não trará nada de novo mas achei que era um texto tão bem conseguido que não pude deixar de partilhar com vocês.
Em poucas palavras é dada a solução que todas nós sabemos qual é e que mais uma vez pertence ao lote de coisas que me fazem gritar bem alto: "EDUCAR NÃO É FÁCIL"  mas que também mais uma vez me dá a certeza de que sou mãe e por isso tenho deveres a cumprir e um dos que mais me empenho é ajudar o meu filho em todas as fases do seu desenvolvimento e se vem aí mais uma fase dificil, estaremos aqui os dois, juntos como deve ser, para enfrentar mais esta.

Seu filho está naquela fase que chora para tudo e, até mesmo, mostra ter um comportamento agressivo quando não consegue o que quer? Saiba o que fazer para controlar a situação
Você se acostumou com o bebê sempre calminho e receptivo e agora precisa lidar com uma nova faceta do pequeno, pois entraram em cena as primeiras atitudes de confronto? Saiba que nem sempre é fácil lidar com os escândalos protagonizados pelas crianças. É preciso ter pulso firme e, principalmente, saber dizer não.
Por que o bebê faz birra?
Quando o bebê já se comunica com mais facilidade, por meio de palavras ou de gestos, ele quer que sua vontade seja sempre feita. E, de preferência, imediatamente! "Toda criança, nessa fase, manifesta comportamentos de birra. Isso é natural e até esperado. Significa que ela está começando a se perceber e deseja se afirmar. Esse processo é positivo e fundamental para a formação da identidade", explica a psicanalista infantil Ceres Alves de Araújo, de São Paulo.
O problema é que muitas crianças apresentam reações desmedidas diante das contrariedades e acabam deixando os pais sem saber como agir. "O primeiro passo é ter paciência e acolher o filho, entendendo que ele está passando por uma fase completamente nova em seu desenvolvimento. Quando ele toma o brinquedo da mão do amigo sem a menor cerimônia, usando até certa agressividade, age obedecendo a sentimentos que ainda não conhece, mas que consegue perceber e expressar de modo muito intenso. O fato é que ele ainda não sabe lidar com as próprias emoções", exemplifica a psicanalista infantil Anne Lise Scappaticci.
O que os pais devem fazer?
Tenha paciência: o apoio e a mediação dos pais, nesses momentos, fazem toda a diferença. Afinal, deve-se legitimar os sentimentos do filho e, ao mesmo tempo, dar um fim aos comportamentos exagerados ou inaceitáveis. "Cabe à família avaliar cada situação. Às vezes, o caminho é explicar à criança que o desejo dela não poderá ser atendido e deixá-la chorar. As reações do bebê são exgeradas, mas costumam passar rápido. Em outros momentos, porém, depois de intervir e impor o limite, é preciso apaziguá-lo", diz Ceres.
Mantenha a calma: você não pode se contaminar pelo nervosismo do seu filho. Tente explicar ao bebê que aqueles gritos e batidas de pé são inadequados. Ao mesmo tempo, ofereça um modelo do que seria correto. Por exemplo, diga: "Você não pode pegar o brinquedo da mão do amigo, mas que tal brincarem juntos com esses bonecos?" E vá distraindo a criança até que ela se recomponha. Segundo Anne Lise, apresentar alternativas faz com que o pequeno não insista no erro. "Senão, a birra vira uma espécie de obsessão. Sempre que dizemos 'não', temos que apresentar um 'sim', uma referência do que é correto. Essa atitude deixa a criança mais segura em relação ao que deve fazer", garante a especialista.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Concentração pode-se aprender?

Pessoas concentradas são calmas mas não paralisadas, são sim pessoas atentas e com potencial. E é num ambiente calmo que uma criança aprende a estar acalma e concentrada. Uma criança de apenas um ano poderá ser capaz, se o ambiente lhe proporcionar essa ajuda, brincar durante 1 hora completamente concentrado com blocos de Legos, juntando-os e separando-os. As interrupções durante estes momentos são fatais para a sua concentração (quantas vezes já vi o Leo a brincar sozinho caladinho e concentrado e lá vou eu perguntar: "Morzito que estás a fazer?") e a criança acaba por aprender a se ocupar sozinha por períodos muito curtos.
Neste sentido, é importante que antes de querermos que os nossos filhos aprendam a se concentrar, nós próprios o consigamos fazer e que entendamos a importância que isso tem para a nossa vida.

Ter um estilo de vida calmo, fazendo o nosso dia-a-dia tendo claras as nossas metas e desafios. Não tentar fazer tudo de uma vez, acabando por não fazer nada...  Em vez disso, faz cada coisa com a maior dedicação, entrega-te. Dá atenção aos outros, ouve, tenta respeitar cada ponto de vista, mesmo que sejam contrários dos teus. O nosso mundo é tão diversificado, existem tantas coisas para descobrirmos... temos que estar em equilíbrio para que possamos dar valor ao que nos é oferecido. E para isso não nos podemos dar ao luxo de pasmar para a vida, e não se confunda aqui descansar com pasmar. Pasmar é deitar fora tempo de vida. Descansar é recarregar energias e só precisamos descansar quando as energias se acabam.


Mas não dispersando demasiado nos meus desvaneios de pensamentos...

A concentração pode sim ser aprendida mas não forçada. Se não permitimos um ambiente propicio, se não temos uma vida calma e dedicada, como poderemos transmitir essa necessidade ás nossas crianças?
Não adianta ficar ao lado da criança e dizer: "Agora vais-te concentrar.", com este comportamento só conseguiremos criar pressão e impaciência. Concentração exige uma "vontade" e um "à vontade". As crianças aprendem por imitação, se lhe mostrarmos calma e interesse pelo saber, fazer e fazer-bem iremos contagiá-las.

Já passeaste com o teu filho pela natureza de forma "exploratória"??? Explora com o teu filho, e para o teu filho, o mundo novamente: "Quantos tons diferentes de verde conseguimos distinguir na natureza?", "Que formas têm as pétalas das flores?", "Que elementos na natureza consegues conhecer só de apalpar?", "Que sons consegues identificar só de ouvir?"
Treina a tua percepção com o teu filho, estes jogos de perguntas de exploração são divertidos e uma percepção treinada é um pré-requisito para a aprendizagem e compreensão, além de desenvolver a capacidade de concentração. Quem observa superficialmente aprende superficialmente... e superficialmente muitas coisas são iguais. E porque é que temos que aprender coisas que não nos trazem nada de novo? Somente quando sabemos porque é que temos que aprender, aprendemos com motivação, entusiasmo e interesse.
Só quem vê o significado de determinada actividade consegue se absorver na mesma. Só quem compreende a importância da capacidade de concentração, da capacidade de pensar "com todas as cartas" consegue analisar e questionar seu próprios valores, suas próprias metas e desafios: "quem?", "onde?", "quando?", "porquê? e "o quê?". Terá ferramentas para aprender, para saber falar, ouvir e questionar...

Crianças são crianças têm muita energia e precisam libertá-la e se não queres que ela seja libertada na tua falta de paciência, na paciência de um professor ou de um coleguinha da escola concentra-te na educação do teu filho... ajuda-o a pensar, a ouvir, a questionar. Não acredito que uma criança mal comportada ou irrequieta em casa faça o mesmo num passeio exploratório pela natureza. De uma coisa pode estar certa, o teu filho será uma pessoa mais calma e equilibrada se se souber concentrar-se mas para isso tens que lhe mostrar que também és capaz de o fazer, que és capaz de te envolver.... e  não é a preencher o seu horário de actividade mas sim a passar mais tempo juntos, a questionar mais, a brincar mais a envolver-te mais. Nunca ninguém disse que educar era fácil....
A próxima vez que achares que o teu filho ou o filho do vizinho são irrequietos, mal comportados, desatentos não te esqueças que eles são crianças e crianças têm muita energia por natureza que só será bem canalizada se lhe dermos uma ajuda, e no meu modesto ponto de vista tudo não passa de uma questão de concentração. Que envolve não só a criança mas toda a família.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Adaptação ao infantário - tempo sem a mamã

A adaptação não está a ser tão fácil como fazia parecer na primeira semana... e a saga continua. Já tivemos a parte1, a parte 2 e hoje deixo aqui a parte 3 :(

Primeiro tinha duvidas se deveria ir em frente com este "tempo sem a mamã" depois o Leo ajudou-me a decidir e foram 2 dias bastante bons ele ficava a brincar sem chorar, no terceiro dia choramingou um pouco quando sai mas calou-se logo e ficou a brincar com as outras crianças. A partir de então deixo-o a chorar e encontro-o a chorar...
Parece-me que os primeiros dias era só o efeito da novidade, agora que ele sabe que eu o vou deixar ali ele chora mesmo antes de entrar na salinha. Ando de coração partido...
As educadoras são muito simpáticas, conversei com elas para ver como seria a  melhor forma de fazer a adaptação com o Leo (ele tem que se adaptar ao "tempo sem a mamã" e ao alemão, que ele ainda não entende muito). Vou 3 dias por semana (segundas, quartas e sextas) fico com ele 10 minutos e ele sempre a choramingar, converso muito  e saio. Espero no sofá da entrada até ele se calar (3-4 minutos) vou fazer a minha ginástica e elas ligam-me dizendo como ele se está saindo. Ele brinca um pouco, depois chora, depois volta a brincar, depois chora... ao fim de 1 hora (meta que estabelecemos como limite se ele estiver a chorar) eu desço. Ele quer logo colinho, mas depois de acalmar vamos os dois para as mesinhas pequeninas, que ele adora e fazemos um lanchinho juntos. Aproveitamos este tempo para conversar com ele, eu e a educadora e ele fica super animado e quer mostrar-me todos os brinquedos (a educadora diz ser um bom sinal de adaptação).
E tem sido assim... nada fácil. Uma horinha por dia, dia sim, dia não. De casa sai todo animado com a sua mochila, mas chega lá e chora.
Hoje foi o 6º dia, 4 dos quais ele ficou a chorar e só conseguimos ficar 1 hora. Assim escrito não parece muito tempo... mas para mim parece imenso... ai como e difícil deixa-lo lá. A dependência não é só do filho pela mãe... a mãe aqui também está muito dependente do pequeno e fico triste e nervosa todos os dias que o deixo lá na salinha e vou "cuidar" de mim.

Talvez alguma de vocês tenha dicas que possam facilitar a adaptação do meu pequeno... podem sugerir tudo que eu estou aqui para ouvir tudinho...

terça-feira, 5 de abril de 2011

Filho irrequieto - Aprender a concentrar-se

Como falei no último post - Hiperactividade ou incapacidade de estar quieto? - e que muitas de vocês acabaram por concordar comigo, considero que uma das principais causas que leva as crianças a serem irrequietas, rotuladas de hiperactivas e mal educadas é a falha na dedicação (por nós, pais) em ajudar e ensinar os pequenos a canalizar as suas energias.
Criança é criança, criança tem muita energia é muito curiosa, não tem noção de tempo e de momento e precisa de aprender essas noções. Criança é despreocupada, criança corre por correr, salta por saltar.
E além da natureza da criança hoje ela tem um novo desafio, tem muita distracção, tem preocupações (este mundo está perdido) com horários da escola, horário do futebol, do judo, da dança, da natação e ainda tem que levar com o stress dos adultos, que chegam do trabalho cansados e que têm uma imensidão de coisas para fazer e assim passa o dia... a criança é envolvida em tanta agitação que perde o seu foco de diversão. Não sendo acompanhada pelos pais ou se senta longas horas frente à TV (onde lhe é dada uma falsa ideia de calma e de momento de descanso) e frente ao PC ou acaba a pular e a correr pela casa querendo ocupar-se sem saber muito bem como.
E é neste ponto que eu acho essencial a presença dos pais. Os nossos filhos precisam de apoio e não é só para terem as suas necessidades básicas atendidas (comida e roupa lavada) mas para se sentirem capazes de seguir a cada etapa que a vida lhes apresenta.
E para que uma criança se consiga sentir em equilíbrio entre os estímulos que lhes são apresentados diariamente e o seu desenvolvimento é muito importante que esta se consiga concentrar, que consiga estar com ela própria.
Já referi a importância da concentração em vários post pois considero ser um problema grave nos tempos modernos, as pessoas em geral não se conseguem concentrar, não conseguem tirar um tempo para ficar consigo mesmas, uma criança que seja ajudada desde cedo a aprender a concentrar-se atingirá com maior facilidade os seus objectivos, nas suas brincadeiras, nas conversas e nos resultados obtidos ao longo dos seus estudos. Conseguirá abstrair-se da avalanche de estímulos que o mundo nos apresenta quando sentir necessidade disso, conseguirá pensar (ohhh como é importante pensar... e tanta gente se esquece disso) e ainda acredito que conseguirá canalizar as suas energias (quando estiver a brincar, estará a brincar; quando estiver a competir num jogo de futebol estará a competir e quando estiver a aprender na escola, estará a aprender).

Se uma criança tem problemas de concentração, não consegue envolver-se numa actividade e fica irrequieta com muita facilidade somos sem duvida nós pais os responsáveis, não chega meter a cria frente à TV ou ao computador, é preciso envolvermo-nos com eles, sim dá trabalho, exige muita dedicação da nossa parte, mas nunca ninguém disse que educar era fácil... E podemos estar certas que as crianças aprendem rápido e aprendem primeiro na família com o exemplo que lhes é dado, aprendem a se concentrar e a envolver-se em algo com garras durante as simples actividades em família: às refeições, ao ouvir uma historia ou a jogar um jogo de tabuleiro - não é só na escola.

E como podemos ajudar os nossos filhos a desenvolver a sua concentração?
- Rotina:  horas para fazer os trabalhos de casa, horas de sono, para tomar banho e para as refeições estabelecidas são uma mais valia para a criança se sentir orientada, será mais fácil para ela saber como ocupar o seu tempo;
- Espaço - Um local calmo e organizado para fazer os trabalhos da escola ou ler um livro: um sitio onde a criança se sente bem, onde ela sabe que ali é o silêncio e a concentração que impera; este lugar é essencial para crianças que já frequentam a escola mas se for criado mesmo para crianças pequenas só trará vantagem. A presença de um cantinho de leitura, um cantinho de desenho em casa criará bons hábitos;
- Recompensa -  nunca interromper uma criança que se conseguiu concentrar num trabalho mesmo que demore a fazê-lo, ela tem que aprender aos poucos a se organizar e nunca esquecer de compensar o esforço, umas palavras queridas depois do trabalho feito valem muito numa criança;
- Movimento -  a actividade física aumenta a concentração e a capacidade de pensar. Sabias que: "Quem gasta 40% da sua energia com actividade motora fornecerá mais 20% de fluxo sanguíneo ao cérebro, essencial na sua actividade." já se diz faz muito: "Corpo sano... mente sana"
- Alimentação -  não é novidade para ninguém que uma alimentação saudável é essencial. Demasiados açucares tornam as crianças mais agitadas. Um estudo inglês mostrou que ocorre um aumento da concentração em crianças em idade escolar quando estas se alimentam com produtos naturais (muita fruta, legumes e comidinha da mamã) e bebem água em vez de refrigerantes e fast-food. E que o essencial para as células cerebrais é o omega-3 que está presente no peixe e a fosfatidilserina, presente na carne, fígado e ovos.

Mas apesar de estar ao nosso alcance ajudar os nosso filhos a canalizar as suas energias e concentrarem-se nas suas actividades não nos podemos esquecer nunca que estamos a lidar com crianças, que precisam de liberdade e de brincar muito. Que são crianças e por natureza irrequietas.

Que estar concentrado não se restringe a aprender com livros, ler, escrever e fazer contas mas também a brincar é possível estar concentrado. Existe uma série de jogos em família que são muito divertidos e que além de proporcionarem momentos de convívio essenciais para uma família saudável, a todos os níveis, ajudam os pequenos a se concentrarem e a levarem essa habilidade para a vida.
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