segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Importância dos hábitos de leitura - Efeito de Mateus


A leitura tem consequências cognitivas que vão além da aquisição de conhecimento e compreensão de determinado fenómeno ou situação. Existem evidências e estudos realizados que revelam que a quantidade de leitura na infância (independentemente da qualidade, aliás) tem consequencias mensuráveis no nível de inteligência do adulto. E quanto mais cedo a criança adquirir o hábito de ler maiores e melhores são as consequências.
A influência da leitura no desenvolvimento cognitivo do individuo foi esclarecido através do "Efeito de Mateus do desempenho escolar" por Stanovich, 1986.
O efeito Mateus retoma uma parábola bíblica do senhor que chamou os seu servos, dando a um 5 talentos, a outro 2 e ao terceiro 1 talento e recomendando que os fizessem frutificar. O que recebeu 5, trabalhou e conseguiu outros 5. O que recebeu 2 agiu do mesmo modo e conseguiu 4. O que recebeu 1, com medo que o roubassem foi escondê-lo debaixo da terra. O senhor regressou, chamou os servos e pediu-lhes contas pelos talentos dados. O que tinha recebido 5 apresentou 10; o que tinha recebido 2 apresentou 4; o que recebera 1 apresentou-o e devolveu-o. E então o senhor louvou os que tinham duplicado os talentos. E pegou no talento que tinha estado enterrado e ordenou: – Tirai--lhe o talento e dai-o ao que tem dez. Porque, a todo aquele que tem, será dado mais, e terá em abundância. Mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. (Mateus, 25, 28-29)
Uma criança que cresce junto com livros desde cedo é incentivada a aprender a ler e tendo esta capacidade terá interesse em ler mais e mais, o que será determinante para o desenvolvimento das suas capacidades cognitivas. O sucesso inicial é uma das chaves que abre uma vida de hábitos de leitura. O exercício posterior desses hábitos servem para desenvolver a capacidade de compreensão da leitura numa lógica de feedback-positivo. As Crianças sem esses hábitos e com dificuldades em adquiri-los vão manter-se num nível de desenvolvimento anterior. Quanto mais e melhor se lê mais se quer ler.
Mais sobre o assunto podem ver neste interessante artigo que aconselho a leitura:  
What Reading Does for the Mind de Anne E. Cunningham e Keith E. Stanovich.

E mais posso acrescentar: "Ler muito e muito bem. Dá saúde e faz crescer"

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Amamentar até quando?

Pois é meus amigos e minhas amigas desde este fim de semana que sou oficialmente uma "Ave-rara". E isto porquê? Porque o Leo fez um ano e eu continuo a amamentar :)
Para muita gente amamentar até aos 6 meses é normal, amamentar até ao 1º ano é para quem não tem mais nada para fazer na vida, mas amamentar depois de o bebé fazer um ano já é muito mais além... só mesmo para aves-raras!!! É uma pena que exista gente assim...
Compreendo quem tenha que deixar de amamentar cedo devido ao trabalho não permitir conciliar as duas coisas. Mas eu posso fazê-lo e quero, mesmo que para isso passe para o clube das aves-raras. :) que pelo o que a minha experiência me tem mostrado não é um clube assim tão pequeno e ainda bem.
Amamentar um bebé só tem vantagens tanto para o bebé como para a mãe. O inicio é muitas vezes complicado para ambos mas muita força de vontade e apoio de gente especializada e com experiência consegue-se. Sei que por vezes falta o apoio e o biberão e o leite em pó são uma solução desesperada de acalmar o bebé, criando assim mais obstáculos para que tenha sucesso na amamentação. Temos que ser firmes e persistentes..é difícil, por vezes doí, estamos cansadas, mas temos que acreditar e ir em frente.
A partir do momento que o bebé e a mãe estão adaptados é só seguir em frente. Mas depois surge a questão: Amamentar até quando?
Já faz algum tempo que sou confrontada com o facto de amamentar, imensa gente me pergunta: "Ainda amamentas?"," Vais amamentar até quando?" e eu respondo "Até quando ele quiser." e as pessoas olham para mim com um ar de estranheza. Não dizem que faço mal e que devo parar mas fazem piadas com a situação, do tipo: "Quando ele for para a universidade lá vai ela atrás para dar de mamar.." como é possível que nos dias de hoje em que já é mais que provado que o leite materno é o melhor que não existe formula de leite tão boa como esta, ainda soframos com esta pressão social... a qual eu gosto mais de chamar pressão preconceituosa...
Eu vou amamentar até que seja confortável para os dois, por enquanto estamos muito bem :) ... o leitinho da mamã basta eu digo mesmo não a outro tipo de leite e farinhas lácteas... e não faltam argumentos para me sentir segura de que é o melhor a fazer, não há como negar os benefícios da amamentação dita prolongada, embora eu não a rotule assim, pois não existe um período ideal para o desmame, como não há um método. É fundamental considerar as condições específicas de cada criança, de cada mãe, de cada família, sem levar em conta a pressão social pelo desmame.
  
(in: http://www.amigasdopeito.org.br/?p=830)
Amamentar crianças maiores têm benefício nutricional
Pesquisas mostram que o leite materno durante o segundo ano de vida da criança continua sendo uma importante fonte de nutrientes, especialmente de proteína, gorduras e vitaminas.
No segundo ano de vida, 500ml de leite materno proporciona à criança: 95% do total de vitamina C necessário
45% do total de vitamina A necessária, 38% do total de proteína necessária, 31% de caloria do total necessária.
Alguns médicos podem pensar que a amamentação vai interferir em relação ao apetite da criança para outros alimentos. Contudo não existem pesquisas indicando que a criança amamentada têm maior tendência a recusar outros alimentos que a criança que já desmamou. Na verdade, a maioria dos pesquisadores em países subdesenvolvidos, onde o apetite de uma criança desnutrida pode ser de importância vital, recomendam que a amamentação continue para crianças com desnutrição severa.
Crianças maiores que ainda amamentam adoecem menos
Os fatores de imunidade do leite materno aumentam em concentração, à medida que o bebê cresce e mama menos. Portanto, crianças maiores continuam recebendo os benefícios da imunidade.
Claro que em boas condições de saúde, o desmame não é uma questão de vida ou morte, mas a amamentação por mais tempo pode significar menos idas ao pediatra. Crianças entre 16 e 30 meses, que ainda são amamentadas, adoecem menos e por menos tempo que as que não são.
Crianças amamentadas têm menos alergias
Está bem documentado que quanto mais tarde se introduz leite de vaca e outros alimentos alergênicos, menos provavelmente essas crianças vão apresentar reações alérgicas.
Crianças amamentadas são mais espertas
Crianças que foram amamentadas têm melhor performance na escola e maiores notas . Os autores desse estudo, que acompanhou crianças até os 18 anos descobriram que quanto mais tempo as crianças são amamentadas, maiores as notas que recebem nas avaliações.
Crianças amamentadas são mais ajustadas socialmente
Um estudo com bebês amamentados por mais de um ano mostrou uma ligação significante entre a duração do período de amamentação o ajustamento social em crianças de 6 a 8 anos de idade.  Nas palavras dos pesquisadores: “Existem tendências estatísticamente significantes para que a desordem na conduta diminua com o aumento da duração da amamentação”. Mamar durante a infância ajuda bebês e crianças a fazer uma transição gradual. Amamentação é um amoroso jeito de atender as necessidades dasa crianças e bebês. Ajuda a superar as frustrações, quedas e machucados e o stress diario da infância.
Atender as necessidades de dependência da criança, de acordo com o tempo único de cada criança é a chave para ajudar a criança a alcançar sua independência. Crianças que conquistam sua independência em seu próprio ritmo são mais seguras dessa independência que as crianças forçadas a isso prematuramente.
Amamentar crianças maiores é normal
A “American Academy of Pediatrics” recomenda que as crianças sejam amamentadas por ao menos todo o primeiro ano de vida, e por mais tempo se a mãe e o bebê quiserem. A Organização Mundial de Saúde reforça a importância de amamentar até os dois anos de vida ou mais.  A média de idade de desmame, em todo o mundo é de 4,2 anos. 
Mães que amamentam por mais tempo também são beneficiadas
· A amamentação prolongada pode diminuir a fertilidade e suprimir a ovulação em algumas mulheres
· A amamentação reduz o risco de câncer de ovário
· A amamentação reduz o risco de câncer de útero
· A amamentação reduz o risco de câncer de câncer de endométrio
· A amamentação protege contra osteoporose. Durante a amamentação a mulher experimenta uma diminuição na densidade óssea. A densidade óssea de uma mãe que está amamentando pode ser reduzida, em geral em 1 a 2%. No entanto, a mãe tem essa densidade de volta e pode até ter um aumento, qaundo o bebê é desmamado. Isso não depende de um suplemento adicional na alimentação da mãe.
· A amamentação reduz o risco de alguns tipos de câncer de mama.
· A amamentação tem demonstrado diminuir a necessidade de insulina da mãe diabética.
. Mães que amamentam têm tendência a perder o peso extra adquirido na gravidez mais facilmente.

Um bom dia para todos :)

sábado, 18 de setembro de 2010

Regras e limites para crianças dos 2 aos 3 anos

Cada criança tem o seu próprio ritmo de crescimento, não é por uma criança começar a andar tarde, aos 3 anos usar fralda, não gostar de comer, principalmente comida saudável,  não gostar de partilhar quando brinca com outras crianças e que gostaria de enviar a irmã mais nova de volta para o hospital que não é normal! Cada criança tem o seu tempo para explorar os seus horizontes.
Ela aprende a andar - e a fugir; aprende a falar - e a dizer não; aprende a construir tores - e a deitá-las abaixo; aprende a brincar com outras crianças - e a zangar-se com elas; aprende a comer sozinha- e a atirar com a comida; ela pode abraçar a mãe - ou não quer nada com ela;
Nenhuma criança nesta idade sabe exactamente o que é o bem e o que é o mal, mas uma coisa elas sabem muito bem - analisar em cada situação a atitude dos pais e através desta criar a sua visão do mundo, as suas próprias regras.
Como falei num post anterior, Annette Kast-Zahn no livro "Jedes Kind kann Regeln lernen", propôs um conjunto de regras com as quais os nossos filhos conseguem definir a sua visão do mundo. Todas elas elaboradas do ponto de vista da criança.
Hoje decidi partilhar o que a autora refere acerca das regras para as crianças entre os 2 e ou 3 anos.

  • "Eu mando!"
    • "Quando eu tiro alguma coisa das mãos de outra criança, eu posso ficar com ela";
    • "Quando eu não quero determinada comida, a minha mãe faz outra só para mim";
    • "Quando me atiro ao chão e grito, dão-me imediatamente o que eu quero";
    • "Eu sei quando preciso ir à casa de banho, mas quando eu me recuso a ir, a mamã limpa-me e veste-me uma fralda nova";
 Aprende o seu filho estes pontos em contextos semelhantes? Então ele está a aprender a regra: "Acontece sempre o que eu quero. O que acontece com os outros não importa."
  • "Os meus pais mandam com autoridade e rigidez!"
    • "Quando eu tiro alguma coisa das mãos de outra criança, levo uma palmada no rabo";
    • "Quando eu não quero determinada comida, tenho que a comer à força";
    • "Quando eu me atiro ao chão zangado, berram comigo e batem-me";
    • "Eu tenho que ficar sentado na sanita até que faça alguma coisa";
Aqui ao contrário das situações anteriores o poder dos pais domina. Os pais não tem consideração com a criança, não se importam como o que este sente. Esta postura dos pais torna a criança confusa e reprimida.

Ambos os tipos de regras mencionadas acima têm desvantagens significativas e os pais devem decidir-se por outro caminho, aconselhado pela autora, através do qual a criança aprende a assumir responsabilidades.
  • "Quando eu tiro alguma coisa das mãos de outra criança, a mamã tira-me e devolve a quem eu tirei";
  • "Quando eu não quero determinada comida, tenho que esperar até à próxima refeição";
  • "Quando me atiro ao chão e grito, a minha mãe deixa de me dar atenção";
  • " Eu não uso mais fralda mesmo que por vezes faça xixi nas calças";

A nossa postura perante as atitudes dos nossos filhos são a chave para ao seu desenvolvimento,  a criação dos seus limites e regras. Educar criando limites não é fácil, mas é muito importante como pais, sermos firmes e de confiança para os nossos pequenos, porque só assim criaremos indivíduos preparados para enfrentar a sociedade de uma forma equilibrada. E teremos o retorno, os nossos filhos repeitar-nos-ão se, se sentirem por nós respeitados.

Um bom dia para todos

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O meu maior desejo

Antes de eu ser mãe,
Eu nunca tropeçava em brinquedos ou esquecia o texto de uma canção de embalar,
Eu não me preocupava se as plantas cá de casa eram venenosas ou não,
Eu nunca pensei em vacinação...
Antes de eu ser mãe,
nunca ninguém vomitou, babou ou fez xixi em cima de mim,
Eu estava em plena posse das minhas capacidades mentais,
Eu dormia todas as noites...
Antes de eu ser mãe,
Eu não precisava segurar um bebé a gritar para o médico examinar ou dar a vacina,
E ficar com os olhos cheios de lágrimas...
Antes de ser mãe,

Eu nunca fui feliz com um simples sorriso,
Eu nunca fiquei acordada até tarde só para ver um bebé a dormir...
Antes de ser mãe,
Eu nunca peguei num bebé no colo e fiquei simplesmente sem vontade do o deitar de novo na cama,
Eu não conhecia o sentimento de ter o coração partido em mil pedaços quando não podia parar a dor,
Eu não sabia que algo tão pequeno podia influenciar tanto a minha vida,
Eu não sabia que eu podia amar tanto alguém,
Eu não sabia que ia amar tanto ser mãe...
Antes de eu ser mãe,
Eu não conhecia o sentimento de ter o meu coração fora do meu corpo,
Eu não sabia que era tão boa a sensação de amamentar um bebé,
Eu não conhecia este vinculo entre mãe e filho,
Eu não sabia que algo tão pequeno e frágil poderia ser tão importante para mim,
e fazer-me tão feliz...
Antes de eu ser mãe,
Eu não acordava a meio da noite só para ver se estava tudo bem,
Eu não conhecia o calor, a alegria, o amor, a admiração,
o aperto no coração e a satisfação de ser mãe.
Eu não sabia que era capaz de sentir tanto - antes de eu ser mãe...

Está quase a fazer um ano que o meu "mais que tudo" nasceu, foi um dia muito difícil... em que senti o maior medo da minha vida, senti medo de o perder mesmo antes de o ganhar, senti medo de me perder... mas o meu pequeno era forte, pequenino mas muito forte e deu forças à mamã... não é um dia que eu goste de recordar por estranho que pareça... infelizmente não senti aquela felicidade que tanta mãe fala, de ter o meu filho nos braços assim que nasceu (tive que esperar 4 dias)... senti-me triste, senti que me tinham roubado o meu coração, fiquei revoltada e com medo... Mas apesar de tudo, estava a correr tudo bem  :)
Hoje sou super feliz... sou outra pessoa... sou mais forte... mais segura.... ganhei um novo sentido na vida 
Eu amo o meu filho acima de tudo... Sou mãe!!!

(hoje estou muito sentimental :) mas quando olho para esta carinha não posso sentir-me de outra forma)

Um óptimo dia

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Viver fora do país com filhos

Nos últimos tempo tenho-me questionado muito sobre viver longe da família, longe dos pais,  irmãos e amigos de longa data. Enquanto não tínhamos o Leo não era tão difícil, vivíamos aqui de forma plena e superávamos as saudades com as visitas e o Skipe e tudo corria lindamente.
Mas agora ver o Leo crescer longe da família faz-me questionar e pensar no assunto de outra forma ao ponto de ponderar largar isto tudo e voltar para perto de todos. Mas até que ponto é importante a presença diária da família (digo diária, pois eles não estão ao pé de nós mas não deixam por isso de fazer parte da nossa vida) no crescimento dos nossos filhos? Devo pensar mais nas oportunidades de futuro que posso aqui oferecer ao Leo que em Portugal serão mais difíceis, como estabilidade económica,  melhores escolas, melhor sistema de saúde, melhor futuro para ele? Ou devo ter em conta que é importante viver junto da família? Será suficiente as férias intensas e programadas dedicadas exclusivamente à família? 
Continuamos a ir a Portugal de férias e até o temos feito mais vezes e por mais tempo, falamos bastantes vezes no Skipe para desta forma encurtar as distancias, mas será suficiente? O que pode falhar no desenvolvimento de uma criança se viver longe da família?

Acho maravilhoso estar com a família toda reunida mas também é muito bom viver aqui no meu espaço, na minha casa.. Eu já moro fora de Portugal faz 3 anos e diria que hoje, não só aprendi a gostar, mas também a apreciar e valorizar a vida que tenho por aqui. 
O Leo ainda não dá sinais de que fica com saudades da família. Ele ainda não entende essa distância. Mas quando ele começar a sentir saudade, como devo lidar com isso? Será fundamental que ele entenda esta distancia e estas "perdas" momentâneas.

Hoje estou assim, só com perguntas na cabeça... viver longe da família não é fácil, há momentos que penso que é uma questão de atitude... fazer mais visitar, ligar mais vezes... outras que estou a perder a oportunidade de conviver mais com eles.
A família é importante é um pilar na nossa vida sabemos que está sempre do nosso lado quando for necessário, mas quando passamos à fase de criar nós mesmo a nossa família fica mais difícil dar atenção a todos. E quando a distancia geográfica está envolvida ainda crescem as dificuldades... Fica mais difícil criar prioridades, cortar o nosso cordão umbilical para nos concentrarmos naquele que a partir de agora se ligou a nós...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Que regras deve e consegue o meu bebé aprender?

Um bebé quando nasce não tem ideia do que é certo ou errado, do que desejado que ele faça ou não. Mas ele está pronto para observar as reacções dos pais ao seu comportamento. Tais observações são a chave do seu desenvolvimento, da compreensão de que existem regras e limites a serem tidos em conta, no entanto os seus meios para atingir os fins ainda não têm fronteiras delimitadas.
Annette Kast-Zahn no livro "Jedes Kind kann Regeln lernen", propôs um conjunto de regras que um bebé no seu 1º ano de vida consegue aprender e com as quais este, em especial a partir dos 6 mês, consegue definir a sua visão do mundo. Todas elas elaboradas do ponto de vista do bebé.
Achei bastante interessante esta abordagem por isso aqui ficam para analisarem e claro darem a vossa opinião.
  • Eu recebo o que quero
    • "Quando eu grito, alguém trata de mim";
    • "Eu só durmo se alguém me embalar no colo";
    • "Quando eu quero recebo alguma coisa para comer, seja de noite ou de dia";
    • "Quando não como a papa ou a sopinha, a mãe dá-me o peito/biberão";
    • "Quando choro no carrinho de bebé, a mais tardar em 5 minutos estou no colo de alguém".
Aprende o seu filho estes pontos em contextos semelhantes? Então ele está a aprender a regra: "Acontece sempre o que eu quero. Os meus pais provavelmente não têm as suas próprias necessidades."
  • O que eu preciso não conta
    • "Eu tenho sempre que beber o leite todo tenha eu fome ou não";
    • "Eu tenho todas as noites de ficar na cama 12 horas, mesmo que eu só consiga dormir 10";
    • "Depois de cada refeição sou imediatamente colocado de lado, ninguém se ocupa comigo";
Em oposição com as regras anteriores aqui o seu filho aprende: "Acontece sempre o que os meus pais querem.  As minhas necessidades são ignoradas".

Ambos os tipos de regras mencionadas acima têm desvantagens significativas. Mas existe um terceiro tipo: As regras recomendadas para o 1º ano de vida do bebé:

  • "A minha mãe decide quando me deve oferecer comida e o que deve oferecer. Eu posso decidir se quero comer muito ou pouco daquilo que ela me oferece";
  • "Quando eu estou satisfeito e com bom humor a minha mãe brincar muito e de forma dedicada comigo";
  • "Quando eu choro recebo tudo o que eu preciso, se ainda continuar a chorar recebo menos atenção dos meus pais";
  • "Os meus pais ocupam-se de forma dedicada comigo várias vezes ao dia. No entanto, quando eles têm alguma coisa importante para fazer eu devo distrair-me sozinho mesmo que não goste disso";
  • Na nossa casa eu posso explorar quase tudo, mas existem coisas que eu de maneira nenhuma devo mexer";
Aprende o seu filho neste tipo de contextos? Então ele pode e consegue aprender ao mesmo tempo:
"Eu recebo dos meus pais tudo o que eu preciso, mas nem sempre tudo o que eu quero. Os meus pais respeitam as minhas necessidades, por vezes eles sabem melhor do que eu o que é bom para mim."

Segundo a autora, e com a qual eu concordo, estas ultimas são regras justas para ambas as partes envolvidas, que incluem as necessidades do bebé, mas podem por vezes também ser dirigidas contra a sua vontade. Regras que criam limites justos sem reprimir a personalidade que se está a criar.
Ela refere também contextos e regras para crianças mais velhas, um livro deveras interessante, pena que ainda não se encontre traduzido. Mas eu irei partilhando o que achei mais interessante e me fez pensar.

Tenham um óptimo dia :)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Treinar o cérebro desde a infância - uma vantagem para toda a vida

Treinar o cérebro é óptimo não só para as nossas crianças mas também para nós adultos. Com o aumento da esperança média de vida e a maior incidência de doenças degenerativas o melhor que temos a fazer é precavermo-nos e tentarmos manter-nos o mais mentalmente-jovens possível. E treinar o cérebro é um bom exercício para todos, além de poder ser bastante divertido.
Através de jogos de pensamento como por exemplo jogos de memória além de desenvolver o cérebro, podemos conseguir que as crianças tenham menos dificuldades na escola, será mais fácil para esta aprender a tabuada, regras gramaticais, a escrever sem erros, com este treino é mais fácil e natural "gravar" nas células cerebrais de memória.
Os jogos de pensamento melhoram as interligações entre as células cerebrais. E ajudam a activar o hemisfério direito do cérebro de forma a usufruir dos benefícios contidos neste, como a imaginação criativa, a serenidade, a visão global, a capacidade de síntese e facilidade de memorizar, dentre outros. E é através de técnicas variadas poderemos estimular o lado direito do cérebro e buscar a integração entre os dois hemisférios, equilibrando o uso de nossas potencialidades. 

Sendo assim, podemos ajudar as nossas crianças desde cedo, existem imensos jogos de memória divertidos, a caminho da escola ou no passeio de domingo podemos passar o tempo de forma mais divertida. Podemos falar sobre as placas de transito, podemos contar as plantas e os animais do parque e falar sobre eles. Podemos criar imensas perguntas com aquilo que nos envolve: "Neste momento estamos a passar sobre o rio. Como se chama? Conhecemos outros nomes de rios?"
Ou mesmo aquela velha brincadeira de viagens longas, um de nó começa: "Eu fui de viagem e levei uma caneta", o seguinte diz: "Eu fui de viagem e levei uma caneta e uma bicicleta" e assim sucessivamente até termos uma grande cadeia de palavras, tornando-se difícil lembrar de tudo o que levámos de viagem.  :)
Existem também as famosas mnemónicas (por exemplo, aprender o número de dias dos meses do anos  usando a mão).

Com estes rituais de pensamento, procura de mnemónicas, descobrir e analisar o que vemos podemos divertirmo-nos bastante com os nossos filhos.
De acordo com trabalhos científicos sabe-se que crianças que desenvolvem desde cedo as interligações entre os dois hemisférios do cérebro aprendem mais facilmente. Têm pensamento lógico e intuitivo mais desenvolvido, são práticos  e sonhadores, racionais e emotivos,  captando todos os ensinamentos com mais facilidade. Isto os tornará muito mais capazes e autoconfiantes.

E se a brincar podemos construir no nosso cérebro novos caminhos, estradas e autoestradas vamos a isso... brinquemos muito. 


Um óptimo dia para todos

sábado, 4 de setembro de 2010

O que é ter filhos?

Depois da chegada de um filho a nossa vida ganha outro sentido entram em cena necessidades que antes não questionávamos. Para se sentir confiante a ponto de partir para explorar o mundo por conta própria, a criança precisa de uma base segura. Os pais precisam ser constantes, confiáveis e respeitáveis.
Desde a chegada do meu pequeno tesouro que me sinto, na realidade, outra pessoa, comecei a dar importância a outras coisas, a estar mais atenta, eu e o meu marido mudamos muito, acho que posso mesmo dizer que ficamos mais adultos. :) Antes se fossemos trocar os pneus do carro escolheríamos uns dos mais baratos, mas agora o nosso sentido de "segurança acima de tudo" levou-nos a comprar uns pneus mais seguros logo mais caros, fazemos tudo a pensar, consciente ou inconscientemente, no nosso mais-que-tudo.
Com a chegada dos filhos, nós pais "Plantamo-nos com firmeza no chão para que nossos filhos possam aprender a voar."
Diante da situação desconhecida que é ter um filho, tentamos estabelecer o máximo de segurança possível. Procuramos conter o imprevisível, organizamo-nos, estabelecemos prioridades, ficamos sérios. Deixamos para trás o que é imaturo, irresponsável, agitado, excessivo e improdutivo e agarramo-nos de garras e dentes à nossa tarefa de criar uma família. A vida familiar desenvolve-se numa atmosfera de conforto e consistência.
Ter filhos é descobrirmo-nos como seres humanos, sentirmos na pele que podemos dar tudo de nós, sentirmos que existe um sentimento de amor, afeição e carinho que não podemos medir, sentirmos que não há nada mais importante neste mundo que eles.  
Mas também é sentirmos um frio na espinha quando não encontramos soluções prontas e vivermos assustados por não saber como lidar na educação dos nossos filhos. Os filhos são um tesouro que nos torna mais afectuoso e que ao mesmo tempo nos suscitam um profundo sentimento de vulnerabilidade e falta de controle. Temos pavor de pensar na possibilidade de lhes acontecer algo de terrível ou, pior ainda, de perde-los. Eles nos mantém reféns da ansiedade permanente. Amamos muito os nossos filhos e queremos protege-los a todo custo. Queremos acertar na forma como os educamos.
Ter filhos é um viver num turbilhão de emoções... é viver sem limites de amor e carinho mas ao mesmo tempo sem limites de ansiedade, medo, preocupação...  é não ter tempo e ter tempo para amar o tempo todo...
E o que é para vocês ter filhos?

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