quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O objectivo não é criar boas crianças mas sim bons adultos

Uma das coisas que me preocupa na educação do meu filho é a imprevisão do futuro que o reserva. Sim, eu sei que o futuro é sempre bastante imprevisível, e que eu por mais que queira não poderei controlar o mundo, mas ao que eu me refiro é aquela imprevisibilidade que não podemos de forma alguma, só através da educação que damos em casa, remediar, contornar e passar ao lado.
Por isso é importante agirmos em conjunto, nós pais de hoje. Temos um trabalho árduo pela frente mas que somente com determinação conseguiremos melhorar o mundo futuro.
Pois essa é a nossa missão, o nosso dever como pais, ajudar na construção de um mundo melhor, de um mundo com valores enraizados nos adultos de amanhã. Não é crianças boas que precisamos criar, não é crianças felizes, cheias de brinquedos, mimos e sem lhe faltar nada, mas sim adultos capazes, adultos felizes, bons adultos.
E é nisso que eu me foco, foco na educação que dou ao meu filho na sua formação como adulto e querem saber mais?! Com este foco, esta dedicação na minha missão tenho consequentemente uma criança feliz, a quem não falta carinho e a quem um brinquedo é mais que o simples materialismo.
Fico parva com a quantidade de crianças mal educadas com que me cruzo, crianças arrogantes, desorientadas, sem respeito, crianças que até são capazes de desta forma serem felizes, de até terem muitos brinquedos... mas que adultos irão ser??!!
Podem achar que não estarei a ser justa no que vou escrever, ou estou a ser demasiado cruel com crianças que não pediram para nascer, com crianças que são fruto da arrogância de pais que não se dedicaram o suficiente na sua missão.... mas eu digo na mesma: não é estes adultos que estas crianças vão ser um dia que eu gostaria que o meu filho tivesse como companhia. Polémico o que penso? Egoísta? Talvez. Mas é assim que penso.
Não me interpretem mal, pois também acho que estas crianças não são casos perdidos e que se os pais estão a falhar ainda poderão ter forma de reencontrar o seu caminho. Como adultos e Humanos que somos devemos ajudar o próximo a criar a sua estrutura de vida... na escola, na rua, na família também se orienta e guia quem perdeu o rumo... não é preciso ser-se mãe ou pai para ajudar na formação de um mundo melhor.
Eu gostava sim, que os pais dedicados se multiplicassem, para que um dia os adultos bons fossem uma maioria. Mas como isso está tão longe do meu alcance, porque as mães e pais que possivelmente lerem este texto, já mostram, pelo interesse em ler sobre o assunto, que são pais interessados e dedicados.
Porque o mundo não é perfeito nem conto de fadas. Fica aqui o simples desabafo e a certeza que estou convicta que vou levar a minha missão em frente, a minha dedicação.
Porque AMAR um filho não chega. É preciso rigor, dedicação. É preciso ensinar valores, ensinar a ser justo, a pedir desculpas, a desculpar, a ajudar e a respeitar os outros. É preciso orientá-lo de forma a este conhecer e entender o seu lugar no mundo antes de a própria sociedade o forçar a isso.

E colherei eu frutos desta minha dedicação?? Talvez um dia esteja aqui para contar. Mas de uma coisa estarei certa, não será por falta de convicção e dedicação que o resultado falhará. Se falhar e afinal a criança feliz que tenho não se tornará no bom adulto, feliz e capaz... podem-me condenar pelo crime que cometi... pela incapacidade que tive no cumprimento da minha missão. Mas uma coisa posso garantir: eu tentei.
Pois eu vejo assim o mundo, desde que decidi ser mãe não foi para ter um bebé bonito para passear, mas sim para me dedicar a este tão árduo, complicado, e acredito que nem sempre de sucesso, papel de SER MÃE.

5 comentários:

disse... [Responder Comentário]

Nossa, Sofia.... faço minhas as suas palavras. Sempre fico apavorada com as crianças de hoje em dia, tao mimadas, mal educadas, egoistas.... tanto no Brasil quanto aqui na França, onde moro. Quando vou ao parque com o meu filho Rafael de 1 ano e meio, fico sempre atenta, pq tem muitas crianças que ficam judiando dele, empurrando, so' por ele ser menor. E as maes nao fazem nada para impedir! Vejo o comportamento dos jovens no transporte publico, o desrespeito com os mais velhos ou necessitados. Nunca nenhum jovem me ofereceu lugar no onibus ou metrô quando eu estava gravida. E isso sao apenas alguns exemplos de muita coisa errada que vejo por ai.

Por isso penso como vc: faço a minha parte para tentar dar uma boa educaçao, que vai muito além de brinquedos caros e mimos, pq quero que ele seja uma pessoa do bem. Um adulto que respeita os outros, que tenha pensamento critico, que saiba ir a luta, que tenha humildade.

Bjs,
Adelia

Karine e Rafinha! disse... [Responder Comentário]

Eu adorei o texto!!!!! Concordo com vc...beijos

Mariana - viciados em colo disse... [Responder Comentário]

e que árdua tarefa, heim, Sofia! Ainda mais quando estamos cercados de consumismo, super proteção e de tantos outros excessos...
adorei o texto!

Janaína Mascarenhas disse... [Responder Comentário]

Concordo plenamente!!!!!
E sigo com você nesta luta.
Adoro seus textos.
bjks

Anónimo disse... [Responder Comentário]

Olá Sofia. Apesar de ser cruel, o que escreves é a realidade e por isso não posso deixar de concordar contigo. Infelizmente os pais de hoje vivem a "mil à hora" e esquecem-se de dar atenção e carinho aos seus filhos. Em vez disso dão-lhes consolas, carrinhos, bonecas e "tudo do bom e do melhor", segundo eles. O que é certo é que estas crianças são frustradas, revoltadas, mal-educadas e têm muita falta de carinho.
Sem dúvida que nós também somos, de alguma forma, responsáveis por isso, uma vez que também fazemos parte dessa mesma sociedade e, por isso, temos o dever de nos locais onde estamos e passamos marcar a diferença e testemunhar precisamente o contrário...

Beijinhos

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