Nos últimos tempo tenho-me questionado muito sobre viver longe da família, longe dos pais, irmãos e amigos de longa data. Enquanto não tínhamos o Leo não era tão difícil, vivíamos aqui de forma plena e superávamos as saudades com as visitas e o Skipe e tudo corria lindamente.
Mas agora ver o Leo crescer longe da família faz-me questionar e pensar no assunto de outra forma ao ponto de ponderar largar isto tudo e voltar para perto de todos. Mas até que ponto é importante a presença diária da família (digo diária, pois eles não estão ao pé de nós mas não deixam por isso de fazer parte da nossa vida) no crescimento dos nossos filhos? Devo pensar mais nas oportunidades de futuro que posso aqui oferecer ao Leo que em Portugal serão mais difíceis, como estabilidade económica, melhores escolas, melhor sistema de saúde, melhor futuro para ele? Ou devo ter em conta que é importante viver junto da família? Será suficiente as férias intensas e programadas dedicadas exclusivamente à família?
Continuamos a ir a Portugal de férias e até o temos feito mais vezes e por mais tempo, falamos bastantes vezes no Skipe para desta forma encurtar as distancias, mas será suficiente? O que pode falhar no desenvolvimento de uma criança se viver longe da família?
Acho maravilhoso estar com a família toda reunida mas também é muito bom viver aqui no meu espaço, na minha casa.. Eu já moro fora de Portugal faz 3 anos e diria que hoje, não só aprendi a gostar, mas também a apreciar e valorizar a vida que tenho por aqui.
O Leo ainda não dá sinais de que fica com saudades da família. Ele ainda não entende essa distância. Mas quando ele começar a sentir saudade, como devo lidar com isso? Será fundamental que ele entenda esta distancia e estas "perdas" momentâneas.
Hoje estou assim, só com perguntas na cabeça... viver longe da família não é fácil, há momentos que penso que é uma questão de atitude... fazer mais visitar, ligar mais vezes... outras que estou a perder a oportunidade de conviver mais com eles.
A família é importante é um pilar na nossa vida sabemos que está sempre do nosso lado quando for necessário, mas quando passamos à fase de criar nós mesmo a nossa família fica mais difícil dar atenção a todos. E quando a distancia geográfica está envolvida ainda crescem as dificuldades... Fica mais difícil criar prioridades, cortar o nosso cordão umbilical para nos concentrarmos naquele que a partir de agora se ligou a nós...
6 comentários:
É complicado, nem sei o que te dizer.
Eu cresci próxima de alguns primos e tios, mas um pouco longe dos avós.
Se senti saudades dos avós? Não... não, porque só sentimos saudades de quem realmente nos afeiçoamos. Se não havia grande convívio não podia haver grandes saudades... via-os uma vez por ano se tanto.
Dava mais valor a tudo o que tinha próximo de mim.
Agora, depois de ser mãe... é que acho que me bateram as saudades... que nem sei bem se são saudades. Acho que é mais "estar triste" por não ter convivido mais com quem me podia ter falado mais das minhas raízes. O que sinto falta é mesmo não ter sabido mais sobre os meus antepassados.
Sim, se calhar gostava de ter passado mais tempo com os maus avós... sim, se calhar o que sinto, também, é saudade!
Eu entendo o que dizes Sofia, mas concordo com o comentário anterior os meninos não sentem saudades porque não têm esse elo de ligação, só se sente falta do que se perdeu, e eles não perdem simplesmente nunca tiveram.
Quanto ás prioridades, tens que analisar «friamente», se o vosso objectivo e prioridade máxima é o filhote então...escolhe o país onde para ele será melhor, até porque por cá as coisas mais essenciais estão uma vergonha, na saúde, na educação e o mérito e esforço está longe de ser reconhecido.
Um beijinho e tudo de bom
Alma
Eu sou brasileira e moro fora do Brasil há 3 anos. Nesse meio tempo, passei 9 meses no Brasil com o meu filho mais velho, quando estava grávida do segundo, e posso lhe dizer que a família (da gente, não a que construímos com o marido) realmente faz falta. Nada substitui isto, nem as melhores oportunidades que você pode ter fora... Outra coisa que aprendi foi que o país em que nascemos, por mais díficil ue seja a situação política ou econômica, é o melhor lugar do mundo para nós. Se eu puder, volto para o Brasil amanhã!
@Alma
Acho que a minha duvida passa mesmo por aí... eu quero que os meus filhos tenham as melhores oportunidades para crescerem mas também quero a ligação com a família que está longe, quero que sintam respeito, amor e carinho por eles todos, no entanto não sei se serei capaz de lidar com a sensação de perda, com a saudade que eles possam sentir. E então não sei o que fazer, se consigo viver longe mas ao mesmo tempo compensar a distancia com telefonemas regulares e várias visitas ao ano ou se tal não é suficiente e o melhor é mudar-me para junto deles...
Tomar decisões é difícil mesmo...
Olá Adriana Alencar,
obrigada por partilhares o teu testemunho. Concordo contigo quanto à família ser importante, não deixam nunca de ser as nossas raízes. No entanto, existem lugares onde podemos sonhar mais alto e ir mais longe, mesmo quando amamos o nosso país. Podemos dar oportunidade aos nossos filhos de abrirem portas que nós, por falta de meios, não fomos capazes.
Sofia com certeza é muito bom estar com a família maior, mas nem sempre é posível, temos sempre que escolher na nossa vida. 2 proveitos nem sempre cabem num saco só.
Muitas vezes notamos quando estamos longe, que nossos vínculos com marido e filhos ficam maiores e mais profundos, porque contamos muito mais um com os outros do que quando estamos junto com outros familiares.
É muito importante o contato com a família maior, avós, primos etc, mas o mais importante é ter a sua família bem unida.
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