No entanto, existem crianças que durante todo o dia não param nem um segundo, não conseguem estar sentadas ou concentradas num brinquedo por uns minutos. Não conseguem estar sossegadas, não conseguem estar à mesa e dormirem uma sesta ou adormecerem de noite é um drama.
Como poderemos ajudar os nossos filhos a encontrarem momentos de calma e concentração?
Li um artigo aqui (está em alemão e farei aqui um resumo do que achei mais interessante). Neste artigo defende-se que uma criança que não consegue encontrar momentos de calma e concentração não está em equilíbrio, pois para um desenvolvimento saudável tem que existir um equilibrio entre os momentos calmos e os momentos de actividade e exercicio.
Mas então quando desenvolve a criança esta capacidade de concentração e encontra este equilibrio?

Com cerca de 4 a 5 meses começa a pegar em brinquedos explorando-os e colocando na boca, isto requer uma grande concentração e persistência. Também já é capaz de se concentrar com o olhar em objectos ou brinquedos que estejam bastante afastados. Chamando mesmo a atenção dos pais para que lhe deêm o que ele viu e quer perto dele. Nesta fase e até cerca dos 9 meses, por vezes é difícil para os pais perceberem o que o bebé quer, é essencial uma boa ligação entre ambos, os pais que conseguem responder positivamente a estes momentos estarão a ajudar no desenvolvimento da concentração.
Dos 10 aos 12 meses o bebé tenta imitar o que nós fazemos quando brincamos com ele, como por exemplo, empurrar um carro, atirar uma bola, colocar copinhos uns dentro de outros. Devemos dar ideias de como deve brincar mas sempre devagar e uma coisa de cada vez.
No 2º ano de vida a concentração desenvolve-se pela repetição. Quando o nosso filho se diverte com um brinquedo vai querer sempre repetir, vai querer ouvir sempre a mesma história ao deitar (o Leo quer sempre a história do patinho que faz anos :) ) e pela 10ª vez quer que cantemos a musica preferida (já passou pela fase do Alecrim e agora quer sempre uma musica alemã... que não me falte a voz eheheh). Esta fase da repetição é muito importante, embora para nós pais por vezes se torna aborrecida, mas a criança vai de todas as vezes descobrir algo novo.
No 3º ano de vida, um ano de persistência... Não é um sinal de falta de atenção quando a criança fica inquieta durante uma brincadeira, correndo ou começando outra actividade. Nesta fase eles ainda não são capazes de se concentrar por mais de 5-7 minutos de cada vez. Nós podemos ajudar mostrando um novo brinquedo com o qual se possa distrair sozinho. São muito interessantes nestes momentos os Legos e puzzles e outros brinquedos de montar. Além de desenvolverem a criatividade são óptimos para a concentração.
Dos 4 aos 5 anos entramos na fase da inspiração. O nosso filho está cada vez mais capaz de perseguir metas e fazer todos os esforços para alcançá-las. Para desenvolver a concentração e perseverança precisa de se sentir bem, divertido com o que está a fazer. Nesta fase muitos elogios e comentários positivos incentivam o nosso filho a atingir os seus objectivos. Melhor incentivo à motivação não existe!
No 6º ano de vida, "Não dar o braço a torcer" é a máxima. Até entrar na escola a criança deve ser capaz de se concentrar entre 20 a 30 minutos mesmo que a actividade não o motive muito. Para tal nós podemos ajudar, incentivando de forma atenciosa e com carinho a que a criança termine a actividade que se propôs. Por exemplo, está a fazer um puzzle e desiste, devemos tirar um pouco do nosso tempo para o ir ajudar motivando-o assim a completá-lo. Estamos juntos a ler um livro, ele só deve ir embora quando terminarmos, podemos motivá-lo questionando com o que virá a seguir na história. Ele está a fazer um desenho e não tem interesse em terminar, neste caso podemos mostrar-nos interessados no que ele desenhou e questioná-lo sobre o desenho, motivando-o a continuar concentrado a desenhar.
E se desta forma, brincando atenciosamente com o nosso filho, dando-lhe cada oportunidade a cada fase do seu desenvolvimento, tenha como resultado uma maior concentração e ele consiga melhor alcançar o equilíbrio saudável entre a calma e a actividade, eu estou nessa corrida, e vocês?
7 comentários:
Adorei o texto e o blog!
Parabéns e estamos te seguindo!!
Dani e Léo
E devemos sobretudo encontrar aquilo que motiva cada criança, por ex. o meu filho adorava fazer puzzels enquanto a irmã nunca se interessou! Mas passava horas a desenhar, colorir e pintar!
Também me parece que as crianças que têm dificuldade de concentração têm também défice de atenção. É uma teoria minha!
Beijinhos.
Por aqui estamos em paz e harmonia!
O Piki sempre foi um bebé muito calmo e nada agitado. Dorme bem de noite e na cesta da tarde!
Brinca com os brinquedos dedicando-lhes tempo.
Quando há um desenho animado que gosta também lhe dedica a sua atenção.
E... sim... às vezes faz-nos repetir a brincadeira n vezes... hehe!!
Acho que o não dormirem o que necessitam deixa-os mais agitados que o normal... Tenho cá para mim que o sono a par com muito mimo e atenção dos pais é algo vital para o seu crescimento saudável... e para a sua concentração!
otimo texto, importsante saber esse detalhes.
abraço!
Finalmente entendi porque o meu filho assistiu 100 vezes o filme Cars!!!! Vejo também um componente emocional, familiarizar-se com o que ele já ama. Esse texto é muito importante para qualquer mãe, pois ajuda a entender o que passa pela cabecinha dos nossos pequenos.
Muuuuuito obrigada pelo carinho, foi uma agradável surpresa, já está publicado para mostrar como é fofo!
Bj
Adri
ADOREI o post!! Já ouvi algumas mães comentando que os filhos não param, que mexem em tudo, e que o Bento é bonzinho e quieto... Ele também é curioso, brinca bastante, mas tem seus momentos de sossego, de concentração em um livrinho ou DVD! É claro que cada criança tem mais interesse por uma ou outra atividade, mas com certeza o estímulo é essencial ao desenvolvimento das várias habilidades da criança!
beijo!
excelente como sempre!
dá vontade de colar na geladeira para não esquecer...
beijoca
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