terça-feira, 27 de setembro de 2011

Quando a TV passa a ser um problema

Já conhecem a minha postura quanto a crianças verem TV discriminadamente, falei aqui sobre isso, e acredito que muitos concordam comigo quando digo que através da televisão pouco ou nada se aprende e o que se pode eventualmente aprender teria sido mais real e lúdico se fosse feito de forma mais ativa. Seja qual for a aprendizagem que possa vir de ver TV esta é certamente uma aprendizagem demasiado passiva.
Um filme de animação, um documentário sobre animais são bons instrumentos para passar uns momentos mais calmos enroladinhos no sofá mas para nós aqui basta uma vez por semana e não queremos de todo perder tempo com publicidades e interrupções indesejadas características dos canais de TV.

Não gosto de ver o meu filho a ver TV, fico arrepiada com a cara de zombie que ele faz... parece que lhe desligaram o cérebro... grrrr não gosto nem de imaginar. Exagerada eu?!! Talvez para me entenderem melhor seja um bom exercício observarem os vossos pequenos a ver TV ou até mesmo pedir a alguém que vos tire uma fotografia, a vocês próprios, enquanto vêm TV. É de arrepiar...

Fonte da imagem: http://eltern.t-online.de/


Mas porque falo eu mais uma vez sobre TV?? Porque sei que existe muita mãe e muito pai que sem se dar bem por isso tem hoje em casa uma criança viciada em TV, uma criança desmotivada com tudo menos com a caixinha preta... mas ainda à esperança e para isso tenho um post do blogue Torne seu filho mais inteligente para partilhar com vocês.
Vale a pena ler este Dá pra desviciar uma criança viciada em TV? e a cenas dos próximos episódios.

Continuação de um ótimo dia :)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O desfralde e as minhas dicas

Li muito sobre o assunto, em blogues, artigos de revistas, sites, com a ideia de me esclarecer e tranquilizar, mas confesso-vos que fiquei com medo... li repetidamente que era uma fase dificil, que muitas vezes leva as mamãs a desistir, porque não acertaram no momento certo ou porque se cansaram de tanto limpar sem resultados à vista.
Aqui em casa passou-se de uma forma muito relaxada e espontânea apesar do medo e insegurança da minha parte quando comecei a pensar no assunto.
E pelas queixas que li e ouvi de outras mamãs: "Estou cansada de limpar chão!", "Estou cansada de lavar roupa!" fiz uma lista de procedimentos antes de começar o desfralde:
{a lista foi feita enquanto o Leo dormia o soninho depois de almoço e não foi planeada, decidi simplesmente naquele dia, depois de almoço, que ia tentar... apesar de o Leo só ter 22 meses e meio} - sinceramente achei que não ia resulta. 
 
A lista:
- Retirar todos os tapetes da casa (limpar chão é mais fácil e rápido que limpar tapetes);
- Preparar balde com água e detergente do chão e colocar juntamente com esfregona num local de rápido acesso;
- Selecionar cuecas (eu como não tinha planeado com antecedência o desfralde então tinha poucas cuequinhas e acabei por lavar logo no momento a seguir ao acidente :)) e calças que facilmente se vestem e despem (nos dias de mais calor o Leo ficava por casa só de cueca);
- Colocar o penico em lugar acessível (nos primeiros dias vale andar com ele pela casa acompanhadp os movimentos da cria; :)  

Desta forma minimizei ao máximo o desgaste e cansaço que o processo de desfralde me poderia dar. E fiquei bem mais relaxada... 
Acredito que por vezes seja dificil o desfralde não somente porque a criança não está preparada mas porque a mamã não transmite segurança mas sim cansaço e stress.

Então a regra número 1 é sem duvida manter a calma... mesmo que ele faça xixi 6 vezes no chão em escassas 4 horas. 

Eu sou da opinião que criança além de precisar estar fisiologicamente preparada para o desfralde tem que saber o que é o desfralde e para isso acontecer tem sim que fazer xixi e cocó na cueca... não há outro jeito de ensinar, a meu ver. Não podemos esperar que ele aprenda a ir no penico sem sentir na pele essa necessidade.
Regra número 2, perguntar várias vezes enquanto o pequeno brinca se não terá vontade de fazer xixi. Isto ajuda-o a lembrar-se que não tem fralda... algo que para ele é como se tivessem nascidos juntos.
Regra número 3, bater palmas, dar beijinhos, abraços, cantar, fazer uma festa... sei lá... qualquer coisa de recompensa quando o penico é usado... mas tem mesmo que ser fervoroso para o pequeno ficar orgulhoso e com autoestima bem lá em cima.


Naquele dia, assim que o Leo acordou conversei com ele {já contei aqui em diversas situações o quanto acho importante explicar tudo muito seriamente aos pequenos - eles entende mais do que muitas vezes achamos} disse-lhe que a partir daquele momento não colocaria mais fralda e ele teria que utilizar o penico, que era normal que no inicio ele não conseguisse ir a tempo :) mas que eu ia estar ao seu lado para o ajudar a aprender a ser um menino grande. {Ele mostrou-se muito compreensivo que por incrível que pareça uma criança que nunca se quis sentar no penico, com medo, aceitou super bem esta nova condição. E o penico passou a ser ser seu aliado. :)}

Foram 3 dias com alguns xixis no chão e cocó na cueca, mas no final dos 3 dias o Leo já não precisava mais de fralda e já lá vai um mês de sucesso, por vezes acontece um acidentezito mas é muito raro e somente acontece com o xixi. 
Ao fim de cerca de 8 dias abandonamos o penico que andava de divisão em divisão da casa e passou a utilizar o adaptador da sanita (acho mais prático e higiénico).
Agora, passado um mês e pouco, estamos a tirar a fralda do soninho da tarde... e já tivemos algumas sestinhas secas (o Leo fica triste quando não consegue, até dá pena de o ver acordar cheio de xixi e dizer com carinha triste que não conseguiu, mas eu animo-o sempre... e lavo os lençóis eheh...)

Bem hoje aqui fica o nosso testemunho de um desfralda posso dizer de sucesso :)
Sucesso não por ter sido rápido e sem complicações mas sim por ter sido muito tranquilo.

Regra de ouro, que serve para o desfralde, a amamentação, as primeiras pápas, o primeiro dia de infantário... antes mesmo do bebé/criança estar preparado tem que a mamã estar além de preparada, tranquila e consciente que o pequeno é pequeno e precisa do nosso apoio incondicional. 
O que acontece quando entras numa sala (por exemplo no teu primeiro dia de trabalho) cheia de pessoas com cara de preocupadas? Não ficas insegura, receosa???
Imagina agora o pequeno que se tem que adaptar a este mundo tão rápido e tão diferente da barriga da mamã em que tudo era feito na medida certa para servir o lorde :) a vida não é fácil...
E nós estamos aqui para ajudar e mesmo que muitas vezes seja dificil manter a calma ou lutar contra o cansaço... lembra-te quanto mais serena e harmoniosa te mostrares ao teu filho mais fácil será para os dois. 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Retrospetiva dos últimos 2 anos (e... estou de volta!!!)

Bolo de aniversário made in mamã
O Leo completou dois anos como o tempo passa... Dois anos é aquela idade de ponto de viragem... a amamentação - um sucesso até hoje - já não é mais um conselho da OMS e quantos alimentos, brinquedos e lugares passam agora a ser permitidos... Fazer dois anos é passar de bebé para criança :) acho que podemos mesmo comparar com o fazer 18 anos, eheh.

Bem deixando de brincadeiras...O que aconteceu nestes dois anos??!!!

Bem a minha vida é outra e eu mesma sou outra pessoa, nunca pensei que ser mãe me deixasse tão realizada e feliz. Existem sim momentos maus, momentos de exaustão, momentos em que não sabemos mais onde ir buscar energia, mas no seu todo ser mãe é  tudo de bom. :)

E como eu aprendi neste tempo e como a troca de experiências, desabafos no mundo dos blogues foi rico... obrigada a todos.

O que correu bem o que eu mudaria...
O nascimento - como já falei aqui não foi nada como eu idealizei, claro que se eu voltasse atrás era algo que eu alteraria... E o pior de tudo é que as probabilidades de acontecer com um segundo filho é elevada e isso me deixa com muito medo.
O nascimento do Leo ainda precisa ser trabalhado na minha cabeça ainda me perturba bastante quando penso no assunto, mas acho que o que mais me doí não é o que eu passei nem a forma como ele nasceu mas sim o facto de ele ter nascido e eu só o ter tido no colo passado 4 dias, isso sim foi muito dificil...
Próxima gravidez vou certamente procurar um hospital que possa assistir o meu filho bem do meu lado...

A amamentação - Apesar de o Leo ter ficado 4 dias sem a mamã, de ter usado imediatamente biberão e chupeta, quando peguei ele no colo e o coloquei para mamar parecia que ele não sabia fazer outra coisa mamou maravilhosamente bem - acho que ele sabia que era a mamã que estava de volta :) Já falei da amamentação também por aqui. Posso considerá-la um sucesso - 6 meses em exclusivo e continua até hoje)  e sou feliz por isso. Hoje o Leo só mama uma vez quando acorda, mas continua a ser aquele momento só nosso, maravilhoso. Para o sucesso valeu sem duvida a minha força de compensar um parto fora dos planos e muita paciência e calma (no inicio é a chave... cheguei a estar 30 minutos em cada peito para o pequeno mamar).

A alimentação - acredito que a amamentação contribui muito para uma alimentação de sucesso. O Leo é uma criança que come de tudo, que come todas as frutas e quase todos os legumes se é assim porque existem crianças fáceis e crianças dificeis à mesa e ele por acaso é fácil ou porque a minha preocupação desde o inicio em lhe oferecer todos os legumes, muita fruta e restringir completamente os doces até (a minha meta era 2 anos :S ) aos 20 meses passando, no entanto a ser muito raro e sempre tendo o cuidado de oferecer "doces mais saudáveis", isso eu não sei... mães de plantão que me digam. Poderá o meu segundo filho ser uma criança dificil??!!
Também acho que muitas vezes as crianças não se alimentam bem porque os pais não têm noções do que a criança precisa e não dão mesmo o exemplo com a alimentação deles... noções de pirâmide alimentar, hidratos de carbono, gorduras, proteínas e necessidades energéticas... mas isso será assunto para outro post.

As brincadeiras e brinquedos - o Leo é uma criança de motricidade-fina desde bem pequeno que mostrou essa tendência. Gosta de correr, passear no parque, andar de baloiço e diverte-se mas mais que isso é inseguro e tem medo - algo que tenho que trabalhar com ele.
Agora dá-lhe bloquinhos de madeira para ele fazer torres, legos, puzzles e ele fica encantado...
Sempre me preocupei bastante com os brinquedos que lhe ofereço, brinquedos que sempre fiz questão que façam sentido, que lhe dê uma mais valia. E livros muitos livros ao seu alcance sempre que ele quiser ver um, ele ama livro tal como a mamã e o papá... aqui o exemplo é de ouro. O facto de o Leo ter começado a falar bastante cedo acredito que tenha sido muito em parte motivado pelas numerosas histórias que lhe foram lidas desde bem pequeno.
Neste momento ando fascinada com o que o Leo já consegue fazer como ele brinca de faz de conta, é lindo de ver. Preocupo-me muito com a sua educação, a sua independência, a sua autoestima e autoconfiança as quais acreditam que se construam através das suas brincadeiras.

O sono - aqui está o ponto em que eu mais bati com a cabeça... eu desconhecia o cansaço e exaustão de noites sucessivas sem dormir... ohh como é dificil... o Leo dormiu a primeira noite inteira com cerca de 21 meses e hoje já não dorme novamente :( (estão a nascer-lhe os molares e isso o incomoda).
Em questão ao sono tenho muita coisa que mudaria... mudaria a minha falta de humor nos dias seguidos às piores noites, trabalharia mais a minha paciência... mas como é dificil...
Estabelecer rotina, criar ambientes calmos antes de dormir, dar banhinho quente, ensinar a dormir sozinho... tudo isso eu fiz e nada resultou no imediato... acabei por aceitar e espero que mais esta fase amadureça. Lamentavelmente, acho que não existe receita nem passos de magia para que isso mude...

E durante estes dois anos de maternidade activa e "blogoinformada" além das muitas aprendizagens e realizações que fiz existem três coisas que quero levar em frente na educação do meu filho e que são a base, a raiz para ter uma criança que vive em harmonia:
- Quando não entender o meu pequeno devo olhar o mundo com os seus olhos e nível de compreensão das coisas (como isto resolve tanto conflito...);
- E sempre dar o exemplo - Eles são esponjas das coisas boas e más que nós fazemos;
- Conversar com ele, explicar-lhe porque é assim e não de outra forma - eles entendem mais do que por vezes julgamos;

O blogue voltou ao activo :)

Coming soon
   - O desfralde e as minhas dicas;
   - Alimentação da criança e receitinhas saudáveis;
   - Montessori em casa;
   - Sistema imunitário dos mais pequenos
   - e muito mais :)

Andava com muitas saudades aqui do meu cantinho...

domingo, 21 de agosto de 2011

O que fazer com um bebé de 23 meses???

A SALADA DE FRUTA MAIS DELICIOSA DO MUNDO

1º : Selecionar os ingredientes (as frutas que houver por casa e frutos-secos), Uma faca para a mamã e uma faca de plástico para o bebé :)
2º: O cozinheiro habilidoso corta a banana e a mamã corta a maçã em pedaços pequenos :)
3º: O bebé separa as uvas dos pauzinhos e coloca na taça  juntamente com os frutos secos (no nosso caso foram amêndoas)  e a mamã corta o pêssego :) (não estava muito maduro e a faca de plástico não resultava)
4º: O bebé espreme a laranja e deita o suminho sobre as frutas cortadas
5º: Junta-se os talheres preferidos e voilá - Está Pronta!!!

 6º: Saborear num lugar confortável :)


Posso garantir a todos que foi a salada de fruta mais deliciosa que já alguma vez comi  :) (confesso que a banana estava um pouco esmagada mas bem docinha)

Continuação de um ótimo Domingo

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Filhos problemáticos ou pais problemáticos???

Famílias perderam o conceito de família... pais que perderam a responsabilidade de educar... resultado: Crianças violentas que não respeitam os colegas, os professores e até os pais. Crianças que não sabem estar e viver em sociedade. Crianças que muitas vezes já não são tão crianças assim.
E eu questiono-me que tipo de adultos teremos no futuro? E porque é que isto acontece? O que está a falhar?
Os pais são, na minha opinião, o principal motor na criação de princípios, respeito e sociabilidade dos filhos, tarefa dificil mas não impossível quando existe um equilíbrio em casa e somos conscientes da nossa função. Ninguém disse que ter filhos era fácil...
Problemas comportamentais, ansiedade, agressividade - mais e mais pais se queixam de dificuldades no desenvolvimento de seus filhos. E porquê? Sem dúvida, que as crianças trazem consigo desde o nascimento os seus genes com determinadas características, traços e temperamentos que são independentes da educação, e excluindo a hipótese de o ser humano, como espécie, ter sofrido uma mutação que o levou ao longo dos tempos a ser mais agressivo e mal educado, acredito que o problema está na forma como os pais de hoje educam ou não educam os seus filhos. - as crianças de hoje são o reflexo dos problemas dos pais.


(Basicamente todas as crianças são dificeis, porque elas raramente fazem exatamente o que esperamos delas)
 




O que podemos fazer quanto a isto?
Em primeiro lugar falta pensamento auto-critico da parte dos pais, muitos pais não pensam, não se questionam se estão a errar, são orgulhosos demais. É doloroso pensar que estamos a tomar decisões erradas ou não nos estamos a dedicar como devíamos, mas se formos humildes para nós mesmos será mais fácil corrigirmos-nos. Em segundo, as crianças são como espelhos, e se nos atrevermos a olhar de perto elas mostram-nos as nossas fraquezas e limitações e portanto mostram-nos a solução para muitos problemas na sua educação. Quando alteramos o nosso comportamento a criança altera o dela também. {Quantas vezes te sentiste sem paciência e irritada e ao mesmo tempo o teu filho parece que só faz birra e chora? - ele está a ser o teu espelho; o mesmo serve com o teu comportamento em sociedade}.

No meu ponto de vista (corrijam-me se estiver errada ou informem-me se estiver incompleta) existem 4 principais problemas na educação dos filhos, cuja falta reflete a actualidade com que nos deparamos:

1º Problema: A criança não segue regras
Fala-se no mundo inteiro da liberdade que as crianças precisam para florescerem, para poderem criar e crescer. Mas esquecem-se que esta liberdade não pode ser ilimitada, todas as crianças precisam de orientação. E esta orientação só será possível se os pais colocarem limites. E é neste jogo entre liberdade e limite que existem falhas. E parece estar a ser dificil para os pais de hoje. Em vez disso vemos pais que em vez de agirem consequentemente permitem chocolate mesmo antes da hora do almoço, maratona de TV mesmo depois das más notas da escola...
Os pais de hoje têm como principal objetivo serem amados pelos filhos e em vez de se darem ao trabalho fazem-no pelo caminho mais fácil, comprando esse amor (muito volátel devo avisar - mais simples e imediato de obter mas sem dúvida momentâneo) através do fazer as vontades aos príncipes e princesas. E atenção não estou aqui a falar de autoritarismo mas sim de autoridade e respeito a impor limites justos e claros.

Pergunta-te a ti mesma o quão coerente é a tua relação com o teu filho. E porque cedes a todos os seus caprichos (mesmo ele próprio não sabendo que o são - e aqui vêm a razão porque temos que saber dizer não - para o podermos orientar). Queres compensar a falta de tempo que tens para ele? Ou tens um problema de autoridade - o medo de não ser amada pelo teu filho?
Acredito que estas preocupações são infundadas pois uma criança quer pais que lhe deem apoio que os orientem a encontrar o seu caminho no mundo (lembraste quando tu mesma eras criança?). Assim é bem mais fácil implementar e respeitar as regras na família. Atreve-te a ser coerente!


2º Problema: A criança é agressiva
Dificuldades de relacionamento com as crianças estão muitas vezes relacionadas com os sentimentos e desejos que os pais não viveram. Nós normalmente valorizamos o nosso lado positivo e reprimimos o nosso lado negativo. E esquecemos que nenhum humano pode ser sempre amável e pacifico. Assim se explicam muitos conflitos de adolescentes com os pais, crianças que sempre foram amáveis. O nosso lado negativo que é reprimido e pode um dia explodir... 
Existe na tua família uma "cultura de conflito"? Ou os problemas aí em casa são resolvidos com simples: "Não vamos discutir!", "Controlem-se!" e é sempre evitado qualquer tipo de confronto aberto com o teu parceiro?
Se queres facilitar as coisas para o lado do teu filho, precisas saber de onde vem este teu comportamento. E questiona-te: "Porque é que eu sou tão viciada em harmonia e rendição?"
A criança é agressiva porque não aprende a utilizar a sua agressividade o seu descontentamento. Somos humanos e podemos viver conflitos e temos que aprender a lidar com eles, os conflitos fazem todo o sentido e devem ser argumentados no momento que ocorrem (não aos gritos naturalmente... mas numa discussão aberta em que as partes envolvidas possam argumentar os seus pontos de vista).
Os nossos filhos só têm a ganhar com isso, ele aprenderá a viver com as suas próprias necessidades, ele aprenderá a argumentar a sua opinião e a aceitar a opinião do próximo.


3º Problema: A criança é muito ansiosa
Crianças ansiosas têm normalmente pais demasiado protetores (ou pais que pensam estar a proteger). Temos que confiar mais nas crianças, dar-lhe mais espaço para experimentarem e para errarem. (Joelhos arranhados fazem parte de ser criança.) Uma máxima que nunca podemos esquecer de dizer ao nosso filho é: "Experimenta fazer sozinho!" Uma criança que experimenta é mais confiante consigo mesma e terá uma maior autoestima.
Não dar confiança aos nossos filhos, acreditando de eles são capazes torna-os mais fracos, inseguros e ansiosos. Pois se nós país não vamos confiar neles quem vais confiar???
E não há nada melhor para um pai ver o seu filho seguir na vida com confiança. Ao contrário de filhos de pais sempre preocupados que se tornam adultos sem amor próprio sem coragem...


4º Problema: A criança segue o sonho dos pais
É sempre o mesmo padrão: o filho faz aulas particulares, tem horário super cheio para ter bons resultados na área que o pai deseja ou melhor desejou um dia para ele mesmo e quer que o filho consiga o que ele não foi capaz ou não teve oportunidade. Ou dedicou-se tanto á educação do filho que cobra isso no empenho e dedicação deste, sobrecarregando-o de caminhos e oportunidades para um futuro promissor. Sem dar lugar ao talento e vocação da criança. 
É importante reconhecer o talento e incentivar a criança. Contudo, deve ser analisado com atenção, se a criança está realmente a divertir-se. Fará sentido fazer mil e uma actividades enchendo as 40 horas semanais.
Devemos questionar-nos: Será que meu filho faz as actividades apenas para me agradar? Ou eu secretamente desejo que ele possa realizar o que eu não tive oportunidade? Se assim for, então estamos certamente mais focadas em nós próprias e queremos levar os nossos pequenos a realizar os nossos próprios sonhos.

Devemos sim mostrar-lhe os caminhos que pode escolher, aconselhar, ajudar-lhe a abrir as portas a conhecer o que o mundo oferece mas deixá-lo ser livre, livre para descobrir o seu verdadeiro talento com sucesso. 
Todo que eu menos quero é um filho adulto que não goste da profissão que exerce diariamente... não desejo isso a ninguém... frustração corroí a felicidade.


Tenho um trabalho longo na educação do meu "mais que tudo" mas de uma coisa estou certa... a base de um filho feliz é um pai /mãe que se questiona que se auto-avalia.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Amamentação: dificuldades e mitos

{Estou de volta depois de férias, tempo de reflexão, de feito o balanço de 1 ano do blog e algumas mudanças cá em casa estou finalmente disponível para partilhar convosco os meus devaneios :) }

 Hoje, quero falar-vos de amamentação, sobre os primeiros passos neste mundo de ser mãe, muito se lê e escreve sobre o assunto mas parece-me que ainda posso acrescentar mais alguma coisa, o meu testemunho de uma amamentação de sucesso, quase de 2 anos e continua sã e salva :) não quero medalha nenhuma por isso, mas não posso negar que me sinto feliz, realizada e especial. Especial não tanto por ainda amamentar mas por ter criado uma relação mãe-filho com tanta cumplicidade, amor e confiança e que acredito que amamentar é criar este vinculo. E além disso criar uma criança feliz e equilibrada... Para mim só faz sentido ser mãe assim... Mas não é sobre mim e a minha auto-estima que quero falar mas sim sobre os mitos que a amamentação traz consigo... principalmente quando mães de primeira viagem, perdidas no mundo novo.
É difícil conseguir uma amamentação bem sucedida quando o bebé nasce de cesariana, quanto o bebé nasce antes dos 9 meses, quando o bebé mama no biberão antes do peito da mãe, quando o bebé usa chupeta.
É difícil conseguir uma amamentação bem sucedida quando o leite da mãe é fraco, quando a mãe tem os mamilos achatados ou invertidos, quando a mãe não se prepara fisicamente para a amamentação, quando se recorre ao uso de bicos de silicone.
Estes são alguns dos mitos que fazem muitas mães acabar por desistir da amamentação. Infelizmente preparar um biberão de LA é tão fácil...


Hoje deixo-vos aqui o meu testemunho, a minha experiência. Experiência de uma mãe que teve um filho prematuro que nasceu de cesariana, de um filho que mamou no biberão antes do peito, que usou chupeta mesmo antes de mamar a primeira vez, uma mãe que tem mamilos achatados, uma mãe que não fez nada antes de o filho nascer para preparar os seus mamilos, uma mãe que recorreu aos bicos de silicone (até hoje).
Como podem ver mesmo sem me dar conta passei por cima de muitos mitos, foi muita força de vontade e muita determinação - consegui.
Estás a iniciar a viagem? Está a ser dificil? Não te deixes levar por mitos, acreditar que se é capaz, manter a calma e se necessário procurar ajuda profissional pode fazer a grande diferença.

Já ouviste dizer certamente que há mães que têm o leite fraco - é mais um mito - para que uma mãe tenha leite fraco é preciso estar em um grande grau de desnutrição, pois o teu organismo zela pela qualidade do leite mesmo que não te alimentes bem o leite será completo, o teu corpo recorrerá ás tuas reservas, por exemplo do cálcio, tal como acontece durante a gravidez.
Uma vez li um texto de uma mãe que afirmava ter o leite fraco pois a criança mamava e o leite não era branco mas sim quase água e sabem porque?
O bebé não precisa de mais nada além do leite materno até aos 6 meses, o leite mata a sede nos primeiros minutos que o bebé mama (por isso é que se parece com água) e depois engrossa e mata a fome. Por isso é tão importante ficar bastante tempo na mesma mama e só depois de bem vazia se deve passar para a seguinte (nos primeiros meses eu chegava a estar 20-30 minutos em cada mama).
Já li também mães que se queixam que o seu leite não sacia que o bebé chora muito de fome. Mas será fome? Se ele agarrar a mama novamente talvez seja e se queres mesmo amamentar vai em frente, é sim cansativo e desgastante e sim as formular artificiais são fáceis de preparar... ajuda não ter nenhuma em casa :)  ajuda estares determinada que queres mesmo amamentar.
Eu tenho ao longo da educação do meu filho sempre a tática de analisar o que se passa com ele tentando me colocar no lugar dele... e sempre resultou muito bem.
Imagina comigo,o bebé estava quente e protegido na barriga da mamã, não se tinha que preocupar com nada, agora está cá fora, tudo é novo, tem que se alimentar, respirar, tem que lidar com a luz,o ruído, as visitas... é muita coisa junta... eu acho que também ficaria irrequieta, chorona, nervosa e sem saber o que queria... e tu? Eu quereria mimo, atenção e muita calma. Quereria uma mãe confiante para me transmitir confiança.

O que eu quero dizer com isto tudo é que a amamentação depende somente de nós, da nossa decisão e força... (a percentagem de quem não consegue de forma alguma amamentar é muito reduzida) se não estás a conseguir sozinha procura ajuda mas não justifiques a tua fraqueza (somos humanos e todas as temos) com mitos. Espero com isto ajudar, dar força e confiança... vai em frente pois amamentar é tudo de bom :)

E bons momentos a dois :)  

terça-feira, 5 de julho de 2011

E tudo começou assim... Temos aniversário

Segunda-feira, 5 de Julho de 2010 dia em que nasceu o primeiro post, nunca pensei em chegar até hoje com tanta coisa positiva aliada ao meu bloguinho. Tornei-me uma mãe mais consciente, informada, critica, aberta e tolerante e isto tudo graças ao blog que nasceu no explodir de ideias que eu queria partilhar e discutir e através dele conheci tanta gente boa, que me fez enriquecer tanto como mãe e pessoa. MUITO OBRIGADA!!!

Estou muito grata pela vossa atenção, pelos vossos comentários, sei que nos últimos tempos o blog anda um pouquinho em segundo plano, mas o tempo lá fora está tão bom que o pc fica desligado mais tempo :) mas ando novamente a fervilhar de reflexões... aguardem-me.

E porque a minha vida se completa com a minha missão de ser mãe... e porque educar é um ato mágico de amor, carinho e muita dedicação, com dores, medos, frustrações, mas também muito orgulho, muitas alegrias e muitos minutos que valem uma vida inteira. Deixo-vos aqui, pela segunda vez, um vídeo que embora não seja feito por mim se encaixa perfeitamente nas minhas ambições - Educar com Carinho.



MUITO OBRIGADA pela vossa presença que faz o meu blogue valer a pela!

Sabedoria Materna

Tal como a sabedoria Popular a Materna tem muito que se lhe diga... e as mamãs de plantão não me vão negar, que mãe que é mãe tem um poder intrínseco à sua natureza e sabe melhor que ninguém o que é melhor para o seu filho.
E diz a sabedoria materna:
- Amamentar é tudo de bom, quando o filhote tem um ataque de tosse a meio da noite e pede para mamar... adormecendo de seguida numa paz de fazer inveja;
- Amamentar é tudo de bom, quando o filhote está doente e procura mimo e alimento num só momento;



 Pois o Leo está doente, agora é só a tosse que chateia, passou a vez a mamã também, mas não há nada mais reconfortante depois de uma constipação sem importância passar a um susto a valer (contarei mais tarde, ainda tenho que digerir o que aconteceu...) que partilharmos, mãe e filho, a tranquilidade, o calor e o carinho da amamentação.
À 1 ano, 9 meses e 2 semanas que vivo embriagada por estes momentos :)

terça-feira, 28 de junho de 2011

O gosto pelos livros

Já falei por aqui várias vezes sobre a importância de desenvolvermos hábitos de leitura com os nossos pequenos. Para quem não leu ou quer reler está aqui.

Ler além de desenvolver o vocabulário, a imaginação, servir de actividade mais calma nos momentos do dia que assim tem que ser; ajuda a desenvolver laços entre pais e filhos. Explorar um livro com o nosso pequeno antes de dormir ou uma dezena deles em dias chuvosos agarradinhos um ao outro é muito bom.
Por aqui o gosto pela leitura é colectivo, desde bem pequenino o Leo está habituado a ver a mamã ou o papá com um livro... desde muito pequeno que o Leo vê livros e ouve historinhas sempre que lhe apetece.

Mas que tipos de livros são os mais adequados para uma criança de quase 2 anos?
Os livros do momento cá em casa são:
Histórias que ajudam a crescer das edições ASA - muito boas mesmo, com algumas actividade ao longo das histórias.

Algumas actividade ainda não são para crianças de 2 anos - o livro destina-se a crianças dos 4 aos 6 anos, embora eu ache as ilustrações e mesmo algumas actividades super adequadas para crianças mais pequenas e a linguagem usada também é muito simples. E as outras actividades podem ficar para mais tarde :)

Este é um livro alemão pelo qual eu tenho uma paixão especial, desde pequena que adoro livros com muitas ilustrações. É um livro estilo "Onde está o Holly?", recomendado para crianças de 2 anos.

Cada vez que se abre este livro nasce uma história nova, com um sem fim de imagens podemos  desenvolver imenso a imaginação. E a procura dos objectos e animais são uma diversão :)




Nesta fase o Leo já consegue ouvir uma história lida pela mamã ou pelo papá sem se aborrecer, os primeiros livros que referi são óptimos pois têm uma linguagem muito simples. Mas o que ele gosta mesmo é de explorar as imagem dos seus dicionários ilustrados ou do livro de procurar o que está escondido.

E por aí que livros é que os vossos pequenos "lêem"? ;)

(Desculpem-me a escassez de post nos últimos tempos... E para os leitores amigos mais zelosos fica o agradecimento pelos emails a perguntar por mim. Eu estou aqui, não se preocupem :), estou bem, só ando é com menos tempo, mas logo logo estou de volta)

domingo, 19 de junho de 2011

Fim de semana chuvoso e criança ocupada

E em continuidade da saga "As formas de distribuir carinho"  com participação das "Receitas saudáveis para crianças" (e não só) apresento hoje:

O que fazer num fim de semana chuvoso enquanto o nosso filho alimenta o seu vício? :)

Chuva com criança pequena é muitas vezes sinónimo de stress em casa, sinónimo de tenho que puxar pela imaginação para conseguir ocupar o pequeno em dois dias de chuva torrencial... mas o Leo tem um vício que o mantém ocupado, por incrível que pareça, por mais de 1 hora, ele adora brincar com Legos e diverte-se muito a montar e desmontar, a fazer as suas construções, umas vezes é uma torre, outras uma casa, outras uma girafa ou um foguetão enfim imaginação não lhe falta... :)
E veio mesmo a calhar este fim de semana... e a mamã aproveitou para lhe fazer mais um miminho:

Um Kit de desenho óptimo para a nossa próxima viagem de avião, idas a restaurantes, esperas em consultórios... (ok confesso que o carinho é também para a mamã, que assim não precisa tanta paciência) mas como o Leo adora desenhar acaba por ser um 2 em 1.

Com as canetas de tinta lavável para evitar acidentes mais graves e ainda um espacinho para guardar uns livrinhos :)
Super fácil de fazer, em 2 horas estava pronto (incluindo o tempo de escolha do tecido). O passo-a-passo podem encontrá-lo aqui.

A com isto ainda restou tempo para terminar o domingo em grande com um bolinho delicioso e saudável. Com garantia de satisfação :) o Leo adorou.



- Bolo de Batata doce  -

Ingredientes:  
               1 batata doce grande;
               4 ovos biológicos;
               3 colheres de sopa de manteiga biológica;
               4 colheres de sopa de açúcar mascavado;
               1 iogurte natural (usei iogurte natural caseiro);
               80g de coco ralado;
               80g de farinha integral;
               fermento;
               Canela para polvilhar (opcional)             
               

Procedimento:
Cozer a batata doce com casca até ficar macia, tirar a casca e amassar formando puré. Ligar o forno a 180º. 
Bater os ovos e juntar a batata, acrescentar a manteiga derretida mexendo sempre e adicionar os restantes ingredientes. Misturar tudo delicadamente, deitar numa forma untada e levar ao forno até dourar (aproximadamente 45 minutos).
Retirar do forno e polvilhar com canela (opcional).

BOM APETITE!!


Confesso que nunca tinha cozinhado batata doce mas fiquei fan, este bolo é uma delicia, recomendo. Para a próxima vou experimentar sem coco usando o dobro da farinha integral, para aqueles que não apreciam coco :)

 Uma óptima semana

terça-feira, 14 de junho de 2011

Falar de Sexo & Co

Ao longo do desenvolvimento dos nossos pequenos (e como eles crescem!!) surgem as tão pouco esperadas perguntas sobre sexualidade ou quando não surgem deparamo-nos com as nossas crianças a transformarem-se em pequenos adultos e temos que lhe falar sobre o assunto. E é nestes momentos que todo se complica, como e quando falar é a duvida de muitos pais de pré-adolescentes.
Quando será a melhor altura para lhe falar no assunto? Ou devemos simplesmente deixar que as duvidas e perguntas surjam??
Quando se trata de educação sexual existem sempre bastantes receios e duvidas em procurar a forma e momento certo.
Por um lado não queremos deixar passar o momento certo, por outro não queremos antecipar, é difícil para um pai entender que o nosso pequeno já não é assim tão pequeno, e que estamos perante uma geração de crianças que cada vez mais rápido e mais cedo precocemente se tornam em adolescentes. (e quanto há a dizer desta redução da infância e apesar disso do prolongamento da adolescência - com 20 anos ainda querem ser adolescentes - mais um assunto que dará muito que falar, talvez num próximo post)
Esclarecer o que é Sexo & Co não tem só o problema de como o falar, mas sim e mais importante, na minha opinião, de como o devemos transmitir e aí é que está a dificuldade.
Mas tudo se torna mais fácil se desde cedo a educação que damos aos nossos filhos se baseia na sinceridade, na relação aberta e naturalidade. Como isto não será certamente necessário ir com a criança para uma praia de nudismo... existe muito mais atrás disso...

O que nos oferece uma educação aberta e natural?
O que eu quero, realmente, dizer com isto? Simplesmente que devemos deixar "as coisas naturais serem naturais". É a nudez no seio da família um segredo, uma "vergonha", algo para esconder, então as crianças ficam irritadas e inseguras, pois não sabem porque é assim, porque assim acontece. E ficam com a impressão de que algo está errado com o seu corpo, que não é normal, desenvolvendo por vezes fantasias arrojadas. E a partir daqui nascem sentimentos de timidez e insegurança, tendo medo de ser ridicularizada pelos outros.
O importante é existir um equilíbrio entre as regras em sociedade e a educação sexual "livre" (que cada um se safe - se auto-eduque) ambas acabam por não ser adequadas sendo simplesmente os extremos de uma educação aberta.
Numa educação aberta e natural fazem parte as perguntas das crianças que devem ser respondidas e respeitadas. As respostas e o esclarecimento de duvidas deve ser feito de forma adequada à idade da criança. No entanto, as crianças sabem mais do que nos julgamos e são muitas vezes subestimadas. O teu filho começou a fazer perguntas sobre Sex & Co muito cedo, mantém-te calma e não faças uso da historinha da cegonha ou das couves.... tenta primeiro descobrir o que o teu filho já sabe sobre o que pergunta e esclarece-o usando o seu nível de compreensão mas sem mentir. Não faz sentido fazer segredos sobre o assunto.
O importante é aceitarmos que estas perguntas vindas dos pequenos são normais e naturais e a nossa resposta tem que ser também natural. E só assim o nosso filho crescerá sexualmente de forma saudável, sem segredos e receios.

Mas quando é o momento certo?
Muitas crianças mostram-se curiosas desde cedo sobre o assunto e enchem os pais de perguntas, outras não perguntam... mas quando uma criança entra na pré-adolescência o seu corpo começa a mudar, tornam-se pequenos adultos e agora??? Temos que falar sobre o assunto??? Será o momento certo? ou esperamos que eles perguntem?
Certamente cada criança é única e cada família tem a sua forma de lidar com a situação. Não existem regras de quando será o momento certo. Na minha opinião devemos sim falar sobre o assunto mesmo que não seja solicitado, e neste caso deverá ser um pouco antes que tal tema surja na sala de aula. Mas mais que ninguém somos nós pais quem melhor conhece os nossos filhos e certamente se estivermos atentos nos daremos conta que a sua curiosidade sobre o assunto aumentou em determinado momento, e esse é o momento em que devemos nos mostrar abertos a uma conversa. 
Existem imensos livros sobre o assunto que nos podem dar umas ideias de como o deveremos abordar e também existem óptimos livros que ajudam o nosso filho a entender melhor o assunto.  Um bom livro pode ajudar. No entanto, os esclarecimentos devem surgir de nós, o livro será um complemento. 
Outro receio de muitos pais é saberem que a criança já sabe muito sobre sexo através de outras fontes... mas digam-me uma coisa: Saber sobre algo não é muito diferente de entender sobre algo???
Não desvalorizes este momento, seja ele hoje, amanhã ou quando o teu filho se mostrar interessado... o teu papel de mediador de uma educação sexual saudável e natural é muito importante.

Mas como devemos falar sobre Sexo & Co?
Usa as perguntas e situações que nascem da parte do teu filho. Mantém a calma e orienta-te fazendo uso das suas perguntas. É importante termos consciência que para uma conversa clara e produtiva precisamos de tempo e de dar tempo à criança. Stress e ansiedade só virão prejudicar a nossa missão. Fala claramente e não a sussurrar, não é segredo nem vergonha. Transparência, honestidade e frontalidade são as ferramentas, juntamente com a condução de uma conversa normal sem tornar o momento especial.

E o que falar? 
Antes de te prenderes na colecção de processos biológicos inerentes ao assunto deverás, ter consciência como pai, que existe na sexualidade todo um processo psicológico bem mais importante que deverá ser esclarecido. Ou seja, todos os sentimentos inerentes à sexualidade. E refiro-me aqui ao Amor, Confiança, Responsabilidade e Dedicação. 
O que tem de bom em ter uma relação sexual? Esta perspectiva é deixada de parte nas escolas que abordam a parte biológica e é aqui que o nosso papel é importante. Conta as tuas próprias experiência com o amor e a sexualidade que ilustram o valor dos sentimentos.
Se tivermos conscientes de quais foram as nossas duvidas, receios e ansiedades ficará mais fácil chegar aos nossos filhos. E diz lá, não foram o esclarecimento dos sentimentos que mais te faltaram? Que existe o pénis e os testículos sabe o nosso filho, a sua função aprenderá se nos perguntar ou na escola, mas e os sentimentos?
Na minha opinião, se levarmos a nossa conversa para um campo mais sentimental e não tão morfológico, se fizermos uso da nossa própria experiência chegaremos mais longe. O nosso filho aprenderá a ouvir o seu próprio coração, podendo construir um caminho saudável para um dia transformar a sua primeira vez em algo bonito e feliz.
Se existir alguma pergunta do teu filho que não sabes responder não te sintas diminuída por isso, procura a resposta juntamente com o teu filho, na Internet ou num livro. Não deixes lacunas por falar só porque não te sentes à vontade sobre o assunto, dá ao teu filho uma visão ampla da sexualidade, dá-lhe as bases e os esclarecimentos para que ele não se sinta perdido mas sim confiante e que ainda,  se sinta capaz de vir ter contigo quando tiver mais duvidas. Neste ponto a contracepção é também um tema a abordar. Fala-lhe de como era a vida sem contracepção, no tempo dos Reis, por exemplo, como eram as famílias numerosas do povo, uma visão histórica poderá ajudar o nosso filho a ter noção que existe uma escolha que ele próprio toma de como quer levar a sua vida, seja a situação relacionada com amor ou com sexualidade. Ele tem que ter noção que pode começar uma família quando quiser mas que deve sempre dizer "não" quando algo não está em sintonia com os seus sentimentos. 
A educação sexual é educar o nosso filho para uma vida íntima com respeito. 
A nossa missão é esclarecer com Tranquilidade, Naturalidade, Serenidade, Coerência e acima de tudo transmitir Segurança.

E vocês o que acham disto tudo? Já alguma de vocês chegou a este momento com os vossos filhotes? Como foi? Como acham que deve ser?

sábado, 4 de junho de 2011

Onde está o sentimento de protecção da cria?

Como animais que somos existe uma serie de atitudes intrínsecas à nossa natureza certo? Temos medo, que nos protege de acidentes, temos raiva, natural do egoísmo da espécie, protegemos as nossas crias, para garantir a continuidade dos nossos genes e da espécie. Ahhhh!!!! protegemos as nossas crias???!! Será??? Acho que esta habilidade natural se está a perder ao longo dos tempos...
Fico triste, zangada e indignada quando leio noticias como esta que foi publicada no Jornal Público: Refrigerantes estão a substituir o consumo de água entre crianças dos seis aos nove anos

Então hoje estou muito triste e indignada com estes país, que não fazem o que é a sua missão. E como diz alguém que comentou a noticia estamos perante uma "crise educativa de pais para filhos, uma crise dos valores que não se passam, uma crise de todos os direitos, nenhumas obrigações e zero de sacrifícios". Será que hoje em dia se tem filhos, porque todos têm? Porque o vizinho comprou casa, carro, tem um filho eu faço igual??? E depois basta colocá-lo na escola e deixar o tempo passar... não esquecendo no dia de Natal de tirar a foto de família!!!???
Porque é que os adultos deixaram de se dedicar aos filhos? Porque é que têm filhos?
Não me digam que é falta de tempo... não consigo acreditar nisso... é sim falta de organização ou melhor falta de prioridade.
Se a prioridade dos pais é chegar do trabalho fazer um jantar rápido e cheio de molhos e gorduras e estarem todos sentados na hora da novela das 20h, como querem alimentar de forma saudável as crianças e eles mesmos, como querem criar laços de confiança com os filhos?

Depois queixam-se de que existe tanta gente a ficar doente, tanta criança com peso a mais, com diabete, com distúrbios de sono, insucesso escolar, hiperactividade, falta de auto-estima, falta de rumo na vida, com altos índices de alergia... pois não fiz trabalho cientifico nenhum mas levo-me a crer que esta incidência de doenças ditas modernas tem muito a ver com a alimentação que fazemos.
Fico preocupada e de mãos atadas (pois entre pais e filhos é dificil meter a colher) quando vejo uma criança beber refrigerantes e a comer gomas e pastilhas, chips de pacote na mão.....  Pobre criança... está-se a destruir aos poucos e nem sabe. Diriam muitos: "Mas é criança as guloseimas fazem parte." Sim, concordo.

imagem daqui
Mas há guloseimas e guloseimas. Uma taça de fruta pode ser uma guloseima fantástica, colorida e divertida se nós fizermos por isso. Mas é mais fácil abrir um pacote de rebuçados do que partir em pedaços uma serie de frutas, não é? Uns bolinhos caseiros sem açúcar refinado mas adoçados com alternativas são uma delicia, acreditem. As batatas fritas podem ser substituídas por "batatas fritas" feitas no forno, ficam uma delícia acreditem, parecem mesmo com as fritas mas são bem mais saudáveis - a receita aqui.
Será que a criança é mais feliz se comer gomas, pastilhas e beber refrigerantes???? Duvido???
E se for uma criança feliz, não será pelas guloseimas que come mas porque tem uma vida equilibrada mas será que será um adulto feliz???? Diabetes, hipertensão, problemas no sistema digestivo não fazem parte dos desejos e sonhos que tenho para o meu filho.
Não vou proibir o meu filho de comer guloseimas mas vou controlar, e para isso não preciso ser a mãe má que não deixa o pequeno comer açúcar, basta  oferecer-lhe outros tipos de doce: muita fruta, bolinhos saudáveis... que ele não sentirá falta de tanto açúcar, corantes, conservantes, emulsionantes e toda essa coleção de Es que só os nomes metem medo. E o mais incrível é que vejo pessoas que se preocupam mais com uma minhoca numa maçã do que com um lote de Es num pacote de chips...
Um dia vi uma mãe recusar que a filha terminasse um pedaço de maçã, que por acaso tinha sido o meu Leo a oferecer-lhe, porque esta caiu no chão. Sim, tinha uns pedacinhos de pedrinhas que eu me prontifiquei a lavar com água que tinha comigo, mas a mãe disse que estava suja e deitou no lixo. Era o último pedaço de maça e a pobre criança chorou porque não pode continuar a comer... E sabem o que aconteceu uns 20 minutos depois??? A criança tinha um pacote de chips na mão e comeu desenfreadamente mais de meio pacote...
Já alguma vez leram a constituição destas guloseimas? Além de nutritivamente serem zero... têm montes de "Es" e gorduras... fico triste.
Por mim colocaria essas guloseimas industrializadas todas no mesmo saco, juntamente com os fast-food, os cigarros, o álcool e as drogas. - radical eu??? Talvez sim. Um bom chocolate não faz mal a ninguém... tal como um bom copo de vinho, mas tal só é verdade em quantidades reduzidas e aliados a uma alimentação saudável.
Mas o que posso eu fazer?? Além de manter o meu gene ativo de proteção da minha cria e escrever aqui umas palavras que talvez cheguem a algum lado... não sei...
O meu instinto maternal diz que devia intrometer-me, fazer guerra e proteger todas as crianças.
O meu instinto racional diz-me para tratar da minha casa e esperar que a minha postura alimentar contagie quem por aqui passa.

De momento fico-me por aqui com as minhas indignações e frustrações por falta de um mundo melhor... e espero que os pais se tornem cada vez mais conscientes de que estão a criar não só uma criança bonitinha e engraçada estão a criar um adulto que vai permitir a continuidades dos seus genes.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Dica 100% Natural - Para aliviar a tosse

Por aqui estiveram uns dias de muito calor e desde ontem voltou a ficar fresquinho com muita chuva à mistura, resultado: o Leo está como muita tosse hoje.... :(
É a segunda vez que ele tem tosse, mas desta vez é daquela irritante que nem o deixa dormir bem...
Então aqui em casa para aliviar resgatei uma receitinha caseira, aqui fica para quem precisar. Os resultados estão comprovados, tomei durante a gravidez e já dei ao Leo e verificaram-se sempre melhoras :)

Receita para aliviar a tosse
1 cenoura
1 colher de sobremesa de gengibre ralado
1 colher de sobremesa de cebola ralada 
4 colheres de sopa de mel

Ralar a cenoura muito fina, juntar os restantes ingredientes e ferver por 2-3 minutos. Deixar arrefecer e dar 3 a 4 colheres de sopa por dia (antes das refeições principais e antes de dormir). 

E vocês também usam receitinhas caseiras para os vossos filhotes?

Bom fim de semana

Problemas a comentar!!!

Amiguinhos acho que estou com uns problemas técnicos aqui no blog... já recebi 3 queixas por e-mail de que está impossível comentar os meus post...
Logo eu que gosto tanto de saber a vossa opinião. Fico tão contente quando abro o e-mail e tenho comentários para ver ;) E mais chato ainda é que sem comentários não à partilha de opiniões, discussão de ideias e troca de miminhos :)
Já alterei aqui umas definições mas não sei se o problema continua... avisei-me se tiverem dificuldades, ok???

Bom fim de semana!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Criança independente: "Ajuda-me a fazer sozinho"

Com a chegada do 2º aniversário a criança começa a querer ser mais independente, começa a ter capacidade para isso mas como em todas a fases do seu desenvolvimento precisa do nosso apoio, da nossa compreensão, paciência e calma... Este é um momento crucial para a criança construir o seu espaço e o seu momento de brincadeira sem ter que estar sempre junto da mamã e do papá.
O Leo sempre foi uma criança que requisita muito a nossa atenção, não gosta de brincar sozinho, mas começa a entender que existem momentos que a mamã tem outras coisas para fazer e ele tem que se ocupar sozinho.
Ouço muitas vezes mães a lamentar-se que o seu filho não consegue brincar sozinho (ok o Leo só brinca sozinho por 15 min no máximo), que o pequeno quer sempre que a mamã brinque com ele (compreensível  com companhia é bem mais divertido), que não consegue fazer as tarefas da casa sem que ele esteja sempre a seu lado, que se ele fica sozinho 5 minutos começa a chorar (aqui também é assim).
Estas coisas também acontecem cá em casa mas estão a tornar-se cada vez menos frequentes , pois o Leo está cada vez menos dependente... cada vez mais um rapazinho capaz... mas para que ele se torne ainda mais capaz precisa da minha ajuda.

O que considero muito importante, nesta nova fase do seu desenvolvimento é deixá-lo respirar, é não estar sempre ao seu lado, é deixá-lo construir o seu próprio espaço.
Tentar ao longo do dia não estar sempre a postos para satisfazer os pedidos do pequeno. O que não quer dizer, naturalmente, que a estratégia é deixa-lo sozinho e ele que se vire, mas sim quando ele quiser alguma coisa tentar contrapor o pedido com perguntas de forma a ele próprio tentar resolver o seu problema, chegar a uma solução para a sua necessidade. - Seguindo a máxima: "Ajuda-me a fazer sozinho"  e não "Faz por mim".
O Leo está a deixar de ser um bebé e esta transição tem que ser feita também por mim mãe, não é verdade?

Por exemplo, ele quer mas não consegue calçar o sapato sozinho ou ele quer construir alguma coisa com os Legos e a sua construção cai, aí chama a mamã para que ela faça por ele, tornando tudo mais fácil.  A melhor estratégia será perguntar-lhe: - "O que queres mesmo fazer?" "Se queres fazer uma torre, que tens que fazer primeiro? Construir a base com umas peças maiores, não é? - O que quero dizer é que os nossos pequenos tem que aprender a se sentir seguros a fazer, a experimentar sozinhos, e nós temos agora a função mais do que nunca de os orientar. Deixámos de os servir para os guiar - "O que queres fazer agora?", "Para isso o que tens que fazer primeiro?", "Se queres calçar os sapatos sozinho o que tens que fazer primeiro? Tens que abrir as correias, enfiar o pé e colar as correias novamente". - Vamos guiar, mostrar como se faz e aos poucos ele conseguirá fazer sozinho.

As crianças conseguem, a maioria das vezes, fazer mais do que nós achamos, eu fico muitas vezes de boca aberta com a velocidade que o Leo aprende. É importante, a meu ver, deixar que as crianças experimentem, errem e treinem a sua concentração, paciência e persistência. Para que aos poucos se sintam capazes de fazer sozinhos.
Momentos como o lavar os dentes, colocar a pasta na escova, às refeições tentarei comer tudo sozinhos, na hora de arrumar os brinquedos, ensiná-lo onde fica o quê. - Eles conseguem fazer isto tudo mas é bem mais confortável se a mamã ou o papá o fizerem sempre por eles. E é neste ponto que deveremos estar atentos. Não vamos abandonar os nossos filhos porque deixaram de ser bebés, mas vamos começar sim a caminhar a seu lado orientando, guiando....Tal requer também força da nossa parte, pais, em ficarmos em segundo plano e deixarmos fazer, o que muitas vezes demorava 5 passa a demorar 20 minutos, mas são passos essenciais para o desenvolvimento do pequeno, para a sua autonomia. E também para nós, para com isto construirmos os momentos em que ele se ocupa sozinho nas suas brincadeiras e os momentos nos quais estamos de corpo e alma com eles.
Naturalmente nem todas as tarefas resultam sempre ou resultam bem mas não deixam de ser uma base para a construção da sua independência segura e confiante.
Não esquecendo que são crianças, que precisam de tempo e da nossa paciência e respeito pelo seu esforço, pelo seu fracasso e pelas suas conquistas.
Se a criança é capaz fica muito orgulhosa de si mesma  e podemos elogiá-la dizendo que fez muito bem, que esteve muito bem.

Ao ajudar os nosso filhos a realizar as suas tarefas do dia-a-dia estamos a ajudá-los a ocuparem-se sozinhos e é neste momento que eles precisam da nossa orientação. Se vamos, por exemplo, arrumar a casa e queremos que ele se ocupe sozinho pode ser uma tarefa dificil para ele. Podemos dar-lhe um pano e dizer-lhe para nos ajudar a limpar, mesmo que não seja uma ajuda vai deixa-lo satisfeito por saber que pode ajudar, ou então dizer-lhe com o que deve brincar o que deve fazer enquanto nós não podemos brincar junto. O essencial é deixar-lhe claro que assim tem que ser que agora nós estamos ocupadas em algo mas que quando acabarmos poderemos brincar juntos (é muito importante também não faltar à promessa)


Quando as crianças são um pouco maiorzinhas podemos construir estes momentos com rituais, por exemplo depois de almoço ele vai para o quarto, ou para o espaço onde brinca, damo-lhe uma tarefa. Podemos mesmo ter uma caixinha para este momento com um livro de pintar ou outros brinquedos com os quais ele se deve ocupar por uns 15 minutinhos sozinho, para ser mais fácil para a criança é boa estratégia ter um relógio de ponteiros e explicar-lhe até quando deve brincar sozinho, ele se sentirá mais seguro se tiver objetivos delineados. E nós teremos 15 minutos para relaxarmos, tomarmos um café e recarregarmos energias para acompanharmos com toda a disposição o nosso pequeno o resto do dia.

Todas estas dicas parecem muito fáceis assim aqui escritas mas a realidade não é fácil, principalmente para aquelas mães com mais do que  um filho pequeno em casa. Mas acredito que ensinarmos os nossos pequenos a se ocuparem sozinhos os tornará mais independentes e confiantes e dar-nos-à mais tempo também para nós mesmas recarregarmos energia.

E vocês que acham?

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Bolinhos saudáveis!!!

A pedido de muitas famílias ihihih :) inauguro hoje o espaço Culinária. Para quem não me conhece, eu adoro cozinhar e inventar na cozinha (a minha mãe diz muitas vezes que eu devia editar um livro de culinária), então acho que faz todo o sentido este espaço, espero que gostem.
Não sei se, se trata de uma questão de cultura, mas as minhas amigas "mamãs" aqui na Alemanha admiram-se com a alimentação que o Leo tem. Dizem ser muito cuidada e trabalhosa... eu digo que é equilibrada e prazentosa  :) E além das refeições principais que se comem cá em casa é preciso muita imaginação para fazer os lanchinhos diários que não façam o pequeno ficar com vontade de roubar os bolinhos hiper-mega-industrializados (feitos para se comerem também com os olhos) que o coleguinha do grupo de brincadeira come...
Se sou mãe a tempo inteiro e se me dedico à educação (e a educação alimentar também faz parte, não é verdade?) do Leo quase em exclusivo tenho o dever de lhe proporcionar o melhor que posso (já que o pequeno ainda não sabe cozinhar eheh)... e com isto acaba por toda a família se alimentar de forma mais saudável também. Sei que para quem trabalha fora por vezes fica dificil, mas espero ajudar um pouco com as minhas receitas.

"Bolinhos saudáveis" soa a qualquer coisa não muito deliciosa, não é verdade?
Bolinhos sem açúcar, sem gordura, sem sabor... Mas estão enganados, pois os bolinhos que se seguem além de serem ricos em nutrientes são uma delicia - o Teste já foi feito e o Leo deu nota máxima ;)

Antes de vos deixar com a receita quero partilhar o meu segredo de como é possível fazer bolinhos saudáveis e muito saborosos, para as crianças, eu sigo 4 princípios:
  1. O doce não precisa vir do açúcar:  Açúcar seja branco, amarelo ou castanho oferece ao corpo só calorias "vazias", minerais, nutrientes??!!! não existem. Ou seja, numa alimentação saudável para crianças o açúcar não encontra um lugar muito confortável. Mas ainda bem que existem alternativas para adoçar os bolinhos e além disso oferecerem nutrientes que as crianças precisam diariamente.  O mel é uma ótima alternativa, constituído por açucares simples, minerais essenciais (Ca, Cu, F, K, Mg entre outros), por cerca de metade dos aminoácidos existentes e vitaminas (complexo B, vitamina C, D, E) substitui muito bem o açúcar (mas atenção: apesar de suas propriedades o mel não pode ser consumido por crianças com idade inferior a 1 ano, devido a possibilidade de contaminação pela bactéria Clostridium botulinum, o sistema imune da criança nesta faixa etária não possui capacidade imunológica para destruir o microorganismo), outras alternativas para adoçar são o xarope de Ácer ou xarope de Agave ambos extraidos de plantas mas não tão económicos.
  2. Frutos secos são doces e saudáveis: passas, damasco, tâmaras ou Cranberries (uva-do-monte) são óptimas opções. Eles têm como os frutos frescos muitas vitaminas e minerais mas são mais concentradas em doce. Com frutas secas inteiras ou trituradas a massa de qualquer bolinho fica mais doce e apetitosa.
  3. Produtos integrais saciam:  Farinha integral tem mais vitaminas e minerais que a farinha normal, além de ter muitas fibras, o que é ótimo para um bom funcionamento intestinal e para a saciedade, a vontade de comer algo doce não volta tão rápido. - Se usares farinha integral em substituição da farinha normal deves acrescentar em cerca de 20% a porção liquida da receita.
  4. Gordura saudável também existe: nozes, amêndoas ou avelãs contém além de ácido fólico e vitamina E uma grande percentagem de gordura mono-insaturada (saudável e de fácil digestão) a famosa ômega-6.
E depois de tanta teoria... aqui fica a primeira receita. Espero que gostem. E olho que não é só para crianças :)

 - Bolinhas de amêndoa -
 
Ingredientes:  
                200g de mel;
                2 ovos biológicos;
                350 g de  amêndoa ralada;
                1 maça;
                1 vagem de baunilha (opcional)
                meia chávena de amêndoa em lascas (opcional)

Procedimento:
Misturar bem o mel com os ovos. Ralar a maçã e misturar com a amêndoa, adicionar à massa de mel e ovos e mexer bem até ficar uma massa homogénea. Por fim juntar a baunilha.
Com as mãos húmidas fazer pequenas bolas com a massa e colocar numa forma forrada com papel de ir ao forno e enfeitar com a amêndoa em lascas. Acender o forno a 180ºC e colocar os bolinhos durante 20 minutos (não deves pré-aquecer o forno). Ao fim baixar um pouco o forno para que os bolinhos não fiquem muito dourados e deixar mais 15 minutos .

Dica: em vez da maça podes usar frutos secos (por exemplo damascos, tâmaras ou passas) trituradas em um bocadinho de água.

BOM APETITE!!

 Nota: Para aqueles que não gostam de mel e acham muito dispendioso os xaropes que referi o açúcar mascavado é a melhor opção.


Bom fim de semana
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